O mês de setembro foi favorável para a suinocultura gaúcha, no que tange ao preço médio do suíno integrado e independente. Os valores ainda estão longe de um patamar de normalidade e rentabilidade para o produtor, porém, os últimos números têm sido promissores quanto ao futuro e a recuperação do setor, frente às adversidades dos últimos meses.
Segundo dados da Acsurs, Sips/RS, Conab/Embrapa Suínos e Aves, Sif/Mapa (RS), Abipecs e Informática Dinâmica, o preço médio do suíno independente chegou a R$ 2,02 (kg) em setembro, ultrapassando a casa dos dois reais pela primeira vez no ano. Já o preço médio do suíno integrado, em setembro, foi de R$ 1,76 (kg).
De janeiro a setembro deste ano, o preço médio do suíno integrado teve uma queda de 3,83% e o suíno independente alta de 5,21%, evidenciando, aos poucos, uma recuperação parcial do setor. O preço do milho registrou um recuo de 15,32% e o farelo de soja uma queda de 9,25%, no mesmo período.
Em relação ao custo de produção para 23 terminados matriz/ano, de janeiro a julho, houve um recuo de 5,17%. O custo de produção de leitões, no mesmo período, subiu 5,48%.
Para o Presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Luís Folador, “o mercado está dando sinais de recuperação, apesar de os preços ainda estarem muito abaixo do normal. Com essa alta no preço, o produtor começa a ver sinais de melhora no setor e também a possibilidade de diminuir os prejuízos e dívidas que vêm tendo, desde o fim de 2008. Porém, o valor de R$ 2,00 ainda está aquém do custo de produção que, segundo a CONAB e a Embrapa, está entre R$ 2,30 e R$ 2,40”.
Queda nos preços médios em relação a 2008 – Na relação comparativa dos preços médios pesquisados, de janeiro a setembro deste ano, com o mesmo período de 2008, o preço do suíno vivo integrado registrou queda de 24,44% (kg), enquanto o preço do suíno independente, no mesmo período, apresentou queda de 29,81%. O preço do milho sofreu uma redução de 21,48% e o farelo de soja alta de 22,39%. Em relação ao preço do suíno integrado, não está computado o valor da bonificação por tipificação de carcaça.
Esses valores, mais uma vez, evidenciam que o ano de 2008, em relação à valorização do preço do suíno, seja ele integrado ou independente, não tem sido positivo. E os efeitos dessa desvalorização refletem em toda a cadeia suinícola, que engloba mais de 300 municípios no Rio Grande do Sul e mais de 500 mil pessoas, que vivem direta e indiretamente da suinocultura ou do efeito renda do setor.