A abertura do mercado importador sul-africano para a carne suína brasileira é apenas uma questão de tempo, e hoje esbarra em questões burocráticas. A avaliação é do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que falou à Agência Estado após encontro com os presidentes da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto e da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef), Francisco Turra.
No encontro, segundo Camargo Neto, o setor cobrou o motivo de o mercado da África do Sul continuar fechado praticamente 60 dias depois de o governo anunciar que as negociações entre os países estariam livres. “Me senti iludido. Falei com a imprensa, direto da África do Sul, confiando na informação de que o mercado já estaria aberto”, comentou.
Stephanes explicou que os representantes do ministério que estiveram na África do Sul, no fim de julho, para tratar do assunto informaram que os problemas entre os dois países haviam sido superados e que estava tudo em ordem para reiniciar a comercialização. A África do Sul importava o produto brasileiro até 2005, quando suspendeu as compras em função de um surto de febre aftosa. Outros países também embargaram a carne nacional, mas já reabriram seus mercados.
“Quando há um anúncio de abertura de mercado, o processo todo pode levar 70, 90, 120 dias, dependendo do país”, argumentou o ministro. Ele informou que os papéis para a volta das negociações já foram enviados aos representantes do governo sul-africano, mas acredita que o país peça ajustes em algumas partes dos documentos que tratam da volta da importação de suínos brasileiros. “Isso sempre acontece. Cada país exige um detalhe diferente”, explicou.