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Comentário Avícola

Qual a melhor linhagem ou raça de frangos de corte?

<p>As empresas de genética avícola oferecem pacotes genéticos diferenciados. Não só para atender a exigência de produtos finais específicos, mas também para a obtenção de um frango mais produtivo. Leia Comentário Avícola.</p>

O poder exercido pelo consumidor sobre a cadeia produtiva, qualquer que seja ela, inclusive sobre a produção de carnes de aves, obriga as companhias de genética avícola a ficarem atentas às demandas, oferecendo pacotes genéticos cada vez mais especializados e competitivos. Ao menos uma vez por ano, observa-se alguma mudança nas características produtivas das linhagens comerciais de frangos de corte. A questão é: a cada reverberação do mercado, o produtor deve manter ou trocar a linhagem do plantel? Não se pode mudar de uma hora para outra o plantel avícola de uma empresa, pois toda a estrutura de produção se amolda às condições que a linhagem trabalhada exige desde instalações, equipamentos, manejo, densidade de criação, nutrição, programa de biosseguridade até as condições de abate e de processamento da carne. A tomada de decisão de manter ou mudar a linhagem do plantel avícola da empresa é muito complexo e deve envolver mudanças de estratégias de produção, indústria, mercado e rentabilidade do negócio da companhia.
 

Se por um lado o sistema de produção exige muita cautela nas mudanças, as oportunidades de comercialização dos produtos de prateleira podem impulsionar as empresas a mudarem rapidamente, num mercado altamente segmentado, seja por região, por tipo de produto (processado ou não), se voltado para exportação ou para venda de carcaças inteiras (pequenas ou grandes). As empresas de genética avícola oferecem pacotes genéticos diferenciados. Não só para atender a exigência de produtos finais específicos, mas também para a obtenção de um frango mais produtivo, porque a sua constituição genética permite uma adaptação mais adequada às condições do meio ambiente em que será criado. Ao lado dos objetivos comerciais da empresa deve-se considerar a produtividade da ave, reprodutora ou frango de corte, de tal modo que a rentabilidade seja a maior possível.
 
A decisão sobre qual linhagem o produtor irá criar deve basear-se no pacote genético que resulte em melhor rentabilidade, mostrando um equilíbrio entre os diferentes setores da cadeia produtiva. O efeito da seleção de uma determinada linhagem comercial deve ser sentido sobre o conjunto matriz-frango, os segmentos finais da cadeia de produção de carne. O balanceamento entre boa produtividade da matriz e do produto comercial – frango vivo ou os produtos obtidos no abatedouro – é muito importante. Não é econômico dispor de uma matriz de última produtividade e um produto comercial ruim ou vice-versa. O ideal no pacote é compor os itens de produção de ovos e pintos com números bons, mas ter nos índices de frangos de corte atrelados à viabilidade, conversão alimentar e ganho de peso, como também rendimento das partes mais caras – peito e coxa – do frango, sendo que esses produtos sejam bem remunerados no mercado.

O que ainda surpreende, ainda, é que esse pacote ou forma de vender o resultado econômico é pouco explorado pelas empresas, tanto clientes e até mesmo as portadoras dos pacotes genéticos procuram abordar na parte comercial outros atributos da linhagem e não simplesmente o que interessa nas empresas, que é o resultado ou a rentabilidade do produto final. Prova disso é que os preços dos pacotes são similares na apresentação das propostas. Frango de corte de indicadores que se sobrepõe a qualquer ouro ganho da cadeia como conversão alimentar e rendimento da indústria.

Por Valter Bampi, médico veterinário e executivo avícola.