A expectativa para os resultados de Sadia e Perdigão no segundo trimestre de 2009 é de recuperação em relação aos três meses anteriores, segundo avaliação da corretora Brascan. O desempenho trimestral das duas maiores empresas de alimentos do Brasil, que em maio se uniram para formar a Brasil Foods, será apresentado nesta sexta-feira (14/08) após o fechamento do pregão da Bovespa.
Os números de ambas as companhias devem acompanhar o aumento da demanda do setor de alimentos tanto no mercado interno, quanto no mercado externo, no período de abril a junho, na comparação com as vendas do início do ano.
De acordo com os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações brasileiras de carne de frango in natura (conservada de forma natural) totalizaram 1,264 milhões de dólares no período, um crescimento de 27,8%, ante aos três meses anteriores. Já o mercado interno continua aquecido e sem apresentar redução de preços.
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Apesar da projeção de crescimento da corretora Brascan, ambas as empresas devem registrar uma performance operacional ainda abaixo dos níveis verificados um anos atrás, como conseqüência da desaceleração econômica que teve início no final do ano passado.
A expectativa é de que o lucro líquido consolidado da Perdigão seja de aproximadamente 313 milhões de reais, contra um prejuízo líquido de 226 milhões de reais do primeiro trimestre do ano. A sua controlada, Sadia, também deve elevar seu lucro para 485 milhões de reais no período, ante os 239 milhões de reais obtidos anteriormente (variação de 9,7%). O fator preponderante para tais ganhos seria a valorização do real frente ao dólar, uma vez que a dívida das duas empresas é contabilizada de acordo com a moeda americana.
Para a receita líquida da Perdigão, estima-se um resultado em torno de 2,970 milhões de reais, o equivalente a 14,1% de alta trimestral. Resultado positivo também é previsto para a margem Ebtida (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) da companhia, quando esta deverá alcançar 7,3%, aumento de 2,8 pontos percentuais, se comparada ao trimestre anterior. No entanto, a margem ainda deve ficar 0,9 ponto percentual inferior à de 2008.
“O principal impacto positivo será o aumento do volume de vendas, além de que a Perdigão não deve reajustar sua produção no período analisado. Esperamos uma maior recuperação no segundo semestre de 2009”, afirmou a Brascan em relatório”.
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A corretora Brascan alterou o preço-alvo das ações da Perdigão (agora Brasil Foods) de 47 reais cada para 50 reais. A medida foi motivada pela transferência de 950 milhões de reais da Perdigão para sanar as dívidas de curto prazo da Sadia. O montante repassado é decorrente da captação de cerca de 5,3 bilhões de reais por meio da oferta pública primária de ações realizada em julho. “Isso possibilitará que a nova companhia (fusão entre Sadia e Perdigão) reduza o seu nível de endividamento”, afirmou a Brascan em relatório.
O potencial de valorização da Brasil Foods projetado pela Brascan é de 17,2%, com uma recomendação “outperform” (de desempenho acima da média). No mesmo sentido de alta, o preço das ações preferenciais da Sadia foi fixado em 6,65 reais cada, também avaliados como “outperform” ou acima da média do mercado.
Nesta quinta-feira, às 12h37, as ações preferencias da Sadia (SDIA4, sem direito a voto) se desvalorizavam 0,36%, para 5,55 reais; as ordinárias (SDIA3, com direito a voto) também caíam 0,36%, cotadas a 5,58 reais.
No mesmo sentido, os papéis ordinários da Brasil Foods (PRGA3) estavam em baixa de 0,49%, cotados a 42,38 reais.
