A falta de entendimento está trazendo prejuízo para o setor de suínos. Depois que se alastrou pelo mundo a pandemia da influenza A (H1N1), que erroneamente é chamada de “gripe suína”, muitas pessoas deixaram consumir a carne. Algumas pessoas ainda acreditam que com o consumo de uma das carnes mais protéicas pode-se contrair o vírus.
Um dos municípios que mais sofreu prejuízos foi Amambai (MS). De acordo com o presidente do Sindicato Rural do município, Cristhiano da Silva Bortolotto, a crise mundial fez com que abaixasse o consumo da carne suína em todo o Estado. Para Bortolotto, a gripe do tipo A causada pelo vírus H1N1 prejudicou ainda mais os preços e o consumo do produto.
Segundo Bortolotto, se as autoridades não traçarem um plano com urgência para recuperar o setor, o mesmo só tende a piorar. “Se o Governo não fizer uma redução do ICMS, como os outros Estados fizeram para diminuir os prejuízos do produtor, eles vão continuar a dever mais do que já estão devendo”, explica.
Amambai que já foi uma grande produtora dos animais, hoje sofre as consequências no setor por conta da crise mundial e do vírus H1N1. “Os produtores daqui estão parando de produzir, muitos deles já está quebrados. Tem alguns produtores que estão só terminando de vender os animais para parar de produzir”, finaliza Cristhiano.
A constante cobertura da mídia em relação à gripe A, causada pelo vírus H1N1, esclarece diversas dúvidas sobre a pandemia que se alastra pelo mundo, porém, a mesma contribuiu para que muitas pessoas deixassem de consumir a carne suína com medo de contrair a doença.
O presidente da Cooperativa Agropecuária de São Gabriel do Oeste (Cooasgo), Jair Antônio Borgmann, a crise no mercado suíno vem desde o final de 2008, e se agravou nos últimos 60 dias por conta do anúncio da nova gripe.
De acordo com Borgmann, essa é a pior crise dos últimos 20 anos, sendo que as exportações caíram pela metade. Segundo o presidente, atualmente o quilo vivo do suíno está cotado aproximadamente a R$ 1,60. Além de registrar uma queda significativa de 40% da carne suína in-natura, sendo que os embutidos mantiveram-se estáveis.
Para Borgmann, uma das soluções para reverter a atual situação do mercado suíno deve começar pela mídia, alertando que o consumo da carne não transmite a doença.
Para o presidente da Associação dos Suinocultores de Mato Grosso do Sul, Arão Antônio Moraes, os baixos preços dos animais podem ser reflexo da crise e excesso de produção.
Contágio
O vírus é transmitido entre humanos, principalmente, por meio da tosse ou espirro e de contato com secreções respiratórias de pessoas infectadas. O consumo de carne suína é totalmente seguro.