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H1N1

Suíno na Expointer

<p>Temor gerado pela gripe A (H1N1) pode vetar a presença de animais no evento gaúcho.</p>

O temor de contaminação de suínos com o vírus da gripe A (H1N1) transmitido pelos humanos, a exemplo do que aconteceu no Canadá e na Argentina em maio e junho, divide produtores, indústria e governo sobre a participação na próxima Expointer, de 29 de agosto a 6 de setembro em Esteio (RS). A indústria e a Superintendência do Ministério da Agricultura no Estado recomendam que os animais não sejam levados ao parque de exposições, mas os criadores não abrem mão de participar da mostra.

O superintendente do ministério no Rio Grande do Sul, Francisco Signor, disse que deve emitir nota técnica com a recomendação nos próximos dias ou, no limite, vetar a participação de suínos na feira, por onde circulam cerca de 500 mil pessoas. “Se houver qualquer problema, o mercado internacional se fecha no mesmo instante, e o único assunto na Expointer será a gripe, mas depois não venham culpar o ministério”, afirmou.

Na semana passada a Associação dos Criadores de Suínos do Estado (Acsurs) concordou em orientar os associados a não levarem matrizes em situação de pré-parto ou leitões recém-nascidos ao parque porque os filhotes são mais suscetíveis à contaminação. Mesmo assim, o presidente da entidade, Valdecir Folador, garantiu que o setor vai participar da exposição. “A suinocultura não pode pagar a conta de um problema de saúde pública”, afirmou.

O argumento de Folador é que os criadores não estão dispostos a perder a oportunidade de negociar animais nem a arcar com os prejuízos com as reservas de espaços na feira. Após a exposição, os animais deverão passar por um período de quarentena no retorno às granjas, disse o presidente da comissão de suinocultura da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), João Picoli. Segundo ele, há 191 suínos inscritos na Expointer, mas no máximo 120 devem participar.

Para o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado (Sips), Rogério Kerber, essa participação representa um “risco significativo” para o rebanho gaúcho. “Pouco mais de cem exemplares podem colocar em risco todo o nosso abate de 7 milhões de cabeças por ano”. Desde a contaminação dos animais no Canadá, as medidas de biossegurança foram reforçadas nas granjas brasileiras, disse ao Valor, este mês, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto.

Segundo Signor, o momento de dificuldades com a redução de preços no mercado internacional aumenta a necessidade de cuidados com a sanidade dos suínos. O Rio Grande do Sul exporta cerca de 44% da carne suína que produz. No primeiro semestre embarcou 120,7 mil toneladas, estável em relação a igual período de 2008, mas a receita caiu de US$ 347 milhões para US$ 242,5 milhões, disse o superintendente.