Apesar de o volume de exportações de carne suína ter se mantido estável nos últimos meses, os criadores gaúchos planejam reduzir a produção na tentativa de retomar os lucros com a atividade.
Desde o início da crise financeira mundial, no final do ano passado, o valor pago pelo produto vem despencando nos mercados internacional e nacional. Em setembro e outubro de 2008, por exemplo, o preço médio pelo quilo do suíno estava em torno de R$ 3,00. Hoje, é de cerca de R$ 1,70.
No primeiro semestre deste ano, os gaúchos exportaram 120,6 mil toneladas de carne suína, (foram 120 mil toneladas no mesmo período de 2008). Apesar dos volumes semelhantes, a receita foi inferior nos primeiros seis meses de 2009. De janeiro a junho do ano passado, as exportações gaúchas geraram US$ 347,8 milhões. Neste ano, foram US$ 242,49 milhões.
“É uma clara evidência de que o setor está em dificuldades”, destaca o diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Produtores de Suínos do Rio Grande do Sul (Sips-RS), Rogério Kerber.
Segundo o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador, a orientação é reduzir a oferta. “O custo da produção está em torno de R$ 2,40 por quilo, e o valor que o produtor recebe é de R$ 1,70”.
Uma das sugestões é vender os animais mais cedo. Em vez de engordá-los até em torno dos 110 quilos, como geralmente ocorre, repassar aos frigoríficos quando os suínos estiverem próximos aos 90 quilos.
“Estamos com prejuízo de R$ 34 mil mensais com a atividade. Se a indústria não pode pagar mais para cobrir os custos, vamos ser obrigados a reduzir a produção”, diz Martin Riordan, produtor de leitões em Santa Rosa.