Ontem (24), o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, e o secretário do Departamento da Agricultura das Filipinas, Arthur Yap, assinaram memorando de entendimento na área agrícola. O documento abrange, entre outros temas relacionados à agropecuária, saúde animal, desenvolvimento de matérias-primas para biocombustíveis, lácteos, horticultura, inocuidade dos alimentos, gerenciamento do agronegócio e controle de doenças. A cerimônia no Palácio do Itamaraty teve a presença dos presidentes dos dois países, Gloria Mazcapal-Arroyo e Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com nota do Mapa, Stephanes vê bom entendimento na área técnico-científica, uma vez que o Memorando de Entendimento para cooperação, pesquisa e troca de germoplasma entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Corporação Filipina para o Desenvolvimento Agrícola e Comercial (PADCC) também foi formalizado.
Infelizmente, as autoridades brasileiras não conseguiram abrir mercado para a carne suína. Segundo Stephanes, o secretário Yap demonstrou interesse em importar o produto de Santa Catarina e se comprometeu em analisar a questão. Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, o resultado é decepcionante. “Faltava apenas uma decisão política e ela não veio, apesar do encontro entre os dois presidentes ser a máxima instância política para o anúncio de uma decisão”, disse.
Para ele, o caminho técnico já foi esgotado por meio de missões veterinárias. “O mercado das Filipinas é pequeno, de apenas 10 mil toneladas, mas é simbólico. Gostaríamos de concorrer naquele mercado com os americanos, canadenses e europeus, que exportam livremente, enquanto o Brasil, quarto exportador mundial, ainda não tem frigoríficos habilitados pelo governo das Filipinas”, queixa-se Camargo Neto.
Relação comercial – Em 2008, o Brasil exportou às Filipinas US$ 228 milhões em produtos do agronegócio, com saldo positivo de US$ 221,7 milhões. Os principais embarques foram de fumo não manufaturado (US$ 154 milhões), carne bovina in natura (US$ 40,1 milhões) e carne de frango in natura (US$ 7 milhões).
– Com informações da Abipecs.