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Comentário Avícola

Alimentos avícolas no Brasil

<p>A produção de alimentos avícolas no Brasil é um sucesso. Temos insumos, mão-de-obra e qualidade na gestão. Por Valter Bampi.</p>

Medicina veterinária, engenharia agronômica, zootecnia, engenharia/tecnologia de alimentos, administração, economia, contabilidade, tecnologia da informação, entre outras, são ciências atuantes na indústria de alimentos, com transformações frequentes, considerando bem-estar/saúde/nutrição animal, processamento, segurança alimentar, legislação e gestão. Essas indústrias, de grande importância ao Brasil, destacam-se atreladas a quatro importantes conceitos: prevenção, indicadores ou medidas de gerenciamento eficaz, entendimento da relação de causas em efeitos e liderança, efetivamente, aplicada.

Prevenção é fundamental, pois como grandes produtores e exportadores convivemos com desafios e estamos no alvo da concorrência internacional. A avicultura brasileira lidera desde 2006 a exportação de carne de frango mundial, ultrapassando os Estados Unidos. Na produção, somos considerados os melhores, obtendo mais de 2 kg de peso vivo com menos de 4 kg de ração à base de insumos agrícolas (milho, sorgo, milheto, soja). Tudo isso somado à genética associada à nutrição, boas práticas de criação e medicina veterinária preventiva, tendo também qualidade de mão-de-obra, espaço físico, água em abundância, clima, diversidade de insumos agrícolas e gestão eficaz.

Indicadores são essenciais como medidas de controles ligadas ao bem-estar, nutrição, genética, saúde avícola, segurança alimentar atreladas á gestão do negócio. Um programa de biosseguridade terá que ter medidas correspondentes, monitorias sorológicas dos animais atualizadas e interpretadas diante do seu programa de vacinação, controle de salmonella em toda a cadeia de produção – com foco em alimentos seguros aos consumidores -, medidas para micotoxinas nos insumos utilizados nas rações, qualidade da água ingerida pelos animais, etc. Avicultura tem no indicador de consumo, ultrapassando a barreira dos 40 kg por habitante ao ano no Brasil, a declaração de qualidade pela população consumidora.

Relação de causa em efeito serve na definição do problema a ser resolvido. Muitas vezes nos fixamos no efeito e não atuamos nas causas geradoras desse efeito. Uma enfermidade, que pode ser um efeito indesejável, tem várias causas predisponentes, podendo ser manejo inadequado, nutrição deficiente ou desbalanceada, genética com características impróprias ao que almejamos, um programa de biosseguridade frágil para prevenir doenças e/ou incompetência de gestão ou o seu não alinhamento no efeito desejável da companhia. Corrigindo as causas o efeito será desejável, sendo este o raciocínio que deve ser exercido desde a cadeia produtiva até o mercado.

Liderança e o conceito gerenciador dos demais, tendo a habilidade de influenciar pessoas a trabalharem entusiasticamente, visando objetivos comuns, através da confiança e da força do caráter do líder. Gerenciamos coisas – indicadores/relatórios – e lideramos pessoas, e isso é um grande desafio. O sucesso do agronegócio brasileiro é percebido pelo mundo, gerando energia sem competir na produção de alimentos, já que estamos produzindo etanol há mais de 20 anos, com a utilização de cana, enquanto que outros países utilizam milho e soja para este fim. Percebi, novamente, isto em recente viagem com grupos de técnicos brasileiros à Hungria e à França, principalmente no que diz respeito à avicultura.

 Por Valter Bampi, médico veterinário e diretor-executivo do Grupo Big Frango