Redação (05/12/2008)- Apesar de ampliar significativamente as possibilidades de exportação de carne do frango por parte frigoríficos brasileiros, a reconquista do mercado chinês, anunciada na quarta-feira pelo Ministério da Agricultura, ainda gera dúvidas entre as empresas.
Detalhes da negociação só serão conhecidos na próxima semana, quando o secretário de Defesa Agropecuário do ministério, Inácio Kroetz, estará de volta de sua viagem à China. Segundo informações de quarta-feira, os chineses farão, inicialmente, negócios com 24 abatedouros de oito Estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso Sul, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais.
Não se sabe também, por enquanto, se a China quer contrapartidas para retomar as compras do Brasil. Os chineses já indicaram, no decorrer das negociações este ano, que gostariam de ter como contrapartida a abertura do mercado do Brasil ao peito de frango cozido e pêra da China.
Paul Liu, Presidente da Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econômico (CBCDE), considera o acordo anunciado o início de um processo promissor.
Ainda que a China seja um grande produtor de carne de frango, diz, enfrenta limitações – como custos, logística e mesmo sanidade – e a demanda doméstica, já grande, é crescente, uma vez que o consumo per capita no país ainda está bem abaixo da média mundial.
Liu diz, porém, que Brasília e as empresas do país têm de ter uma participação mais ativa no processo de retomada das exportações de carne de frango, de preferência com o envio de mais missões comerciais. Um dos objetivos da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX) é justamente em seus trabalhos envolvendo a China.
Ainda é difícil estimar o potencial de vendas de carne de frango do Brasil à China. Em 2004, último ano de fluxo normal desse comércio, ainda com poucos frigoríficos habilitados, as exportações brasileiras para os chineses foram inferiores a US$ 40 milhões. Em 2008, os embarques nacionais deverão render, no total, US$ 7 bilhões.
Acordo com China ainda gera dúvidas
<p>Não se sabe se os chineses querem contrapartidas para retomar as compras do Brasil.</p>