Redação (02/12/2008)- Produtores gaúchos de milho começaram a encaminhar pedidos de indenização por causa da falta de chuva no Estado nas últimas semanas. A superintendência estadual do Banco do Brasil (BB) já recebeu 107 Comunicados de Ocorrência de Perda (COP) na cultura. Até o inicio de novembro, o seguro federal que cobre prejuízos causados pelo clima em propriedades familiares não havia sido acionado por agricultores que trabalham com o cereal.
A solicitação pode ser feita quando a perda superar 30% da receita bruta prevista na contratação do financiamento de custeio. Mas o delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Nilton De Bem, sugere que, neste momento, a comunicação ocorra somente em caso de perda total. ”A menos que o agricultor tenha certeza absoluta, o melhor é não se precipitar, esperar por uma evolução do cenário”.
Ontem, os números cresceram com pedido do benefício por agricultores que plantam milho em Cândido Godoy, Guarani das Missões e Campina das Missões, no Noroeste do Estado. Na região, uma das mais afetadas pelo tempo seco, o cereal ocupa 220,2 mil hectares.
Segundo o agrônomo Gilberto Rodrigues Jaenisch, do escritório Regional da Emater de Santa Rosa, as pancadas de chuva no fim-de-semana foram insuficientes. Na opinião dos técnicos, precisa chover bem nos próximos 15 dias para uma reversão do quadro. ”Estamos orientando que os produtores aguardem a primeira chuva consistente para uma avaliação mais segura do desenvolvimento da lavoura”.
Com colheita em janeiro de 2009, o milho é a cultura em situação mais preocupante no Estado, porque a maioria das áreas está nas fases críticas de floração e enchimento de grãos. Soja e o arroz também são afetados, mas se encontram em estágios que permitem replantio.