Redação (27/11/2008)- Após investir R$ 1,4 bilhão em aquisições, o grupo Marfrig não pretende mais realizar novas compras no atual cenário de crise nos mercados globais. "Agora é hora de consolidar tudo que já temos", afirmou o presidente do grupo, Marcos Molina, em evento hoje no Rio de Janeiro. Já o diretor de Relações com Investidores do Marfrig, Ricardo Florence, acrescentou que a estratégia do grupo, que atua no setor de alimentos, é explorar sinergias com as aquisições já realizadas e assim manter posição nos mercados que já atua. "Acreditamos que não é o momento de novas aquisições", disse. "Queremos manter nossas margens e nossos canais de distribuição já existentes", completou.
Atualmente, o grupo Marfrig conta com 18 unidades de abate de bovinos na América do Sul; 10 unidades de abate de bovinos no Brasil e na Europa; três unidades de abate de suínos no Brasil; e três unidades de abate de ovinos, sendo duas no Uruguai e uma no Chile. Além disso, o grupo conta com 30 fábricas de processados e industrializados em oito países.A capacidade de abate de bovinos do Marfrig ficou em 21,1 mil cabeças por dia até o terceiro trimestre deste ano, com possibilidade de manter esse patamar até o final do quarto trimestre deste ano. Com as aquisições já realizadas, a capacidade de abate de frangos deve subir de 780 mil cabeças por dia para 1,7 milhão do terceiro para o quarto trimestre deste ano. Também deve aumentar a capacidade de produção de processados e industrializados, de 1.230 toneladas por dia para 2.208 toneladas por dia, no mesmo período.
Somente este ano, o Marfrig confirmou as compras do frigorífico Pena Branca, do grupo Predileto; da Moy Park na Europa (que atua no segmento de frangos) e de outras companhias do Grupo OSI, atuantes nos segmentos de bovinos, suínos e aves, no Brasil. O diretor de Relações com Investidores comentou que o grupo sempre apostou na diversificação de suas atividades para manter-se com um bom desempenho, mesmo em situações adversas. Florence admitiu, no entanto, que o Grupo Marfrig não ficou imune ao atual cenário de turbulência nos mercados. O executivo comentou que houve a percepção de uma movimentação de volatilidade nos preços dos grãos, que impactam os custos. "Mas creio que, no período de médio prazo, essa volatilidade deve ser afastada", afirmou. Além disso, o grupo amargou prejuízo de R$ 52,7 milhões no terceiro trimestre, devido ao impacto de oscilações cambiais no período. Entretanto, o diretor negou que o Marfrig tenha feito alguma aposta "em derivativos exóticos", como foi o caso das empresas Sadia e Aracruz, também fortemente atuantes no cenário externo