Redação (19/11/2008)- O Brasil deve aumentar em 40 milhões de toneladas (+28,7%) a safra de grãos dentro de uma década, passando para um recorde de 179,8 milhões de toneladas. A produção pecuária, no mesmo período, pode sofrer acréscimo de 12,6 milhões de toneladas (+51%), salto para 37,2 milhões de toneladas. As projeções foram apresentadas ontem pelo assessor de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Garcia Gasques, em Curitiba.
"A aposta também é grande em leite, açúcar e etanol. A diversificação de produtos nos mantém em crescimento", afirma o especialista do ministério. De acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura e Absatecimento (Saeb), o Paraná seguirá a tendência nacional. Os números oficiais serão divulgados em um mês. Para 2008, a pesquisa do Mapa projeta uma renda de R$ 165 bilhões oriunda do setor agrícola em todo o País. Desse total, o Paraná deverá gerar uma renda de R$ 22,63 bilhões que corresponde a 13,7% da renda nacional.
Para ele, o Estado continua importante na produção de grãos, mas pela falta de espaço para expandir a ocupação da lavoura, outros estados com terras disponíveis podem ultrapassar o volume paranaense. "Isso não nos assusta porque temos um parque agroindustrial muito desenvolvido, com foco em agregar valor aos produtos que mantêm crescente o valor bruto da produção", comenta. A agricultura tecnificada bem desenvolvida e a alta produtividade no campo são apontados pelo secretário como vantagens para a rentabilidade do produtor e os motivos do aumento da produção.
Diante da crise econômica mundial, a renda da produção agrícola em 2009 é a grande expectativa dos produtores. Segundo a Seab, a safra já está plantada e não deve haver o comprometimento do volume previsto. No entanto, o comportamento dos preços dos produtos no ano que vem é a grande incógnita do momento. "É possível uma leve queda dos preços, mas nada que prejudique o agricultor. É uma crise momentânea e o Estado passará bem por ela", segue otimista o secretário de Agricultura Walter Bianchinni. Porém, ele admite que o milho ainda não tem uma perspectiva de plantio porque os agricultores estão esperando os resultados da venda do milho safrinha.
As projeções do Mapa trazem mais boas novas. O consumo da carne saltará dos atuais 18 para 24 milhões de toneladas. O Etanol é o dado mais expressivo: de 18 bilhões de litros para 50 bilhões de litros. Na pauta de exportação, este produto vai triplicar: de 3 para 9 bilhões de litros. "O leite é uma grande surpresa positiva. Os dados revelam uma alta de produção de 9 bilhões de litros. Isso se deve a melhora da qualidade do produto e de seus derivados", ressalta Gasques.