Redação (13/11/2008)- A ministra da Economia, da Indústria e do Emprego da França, Christine Lagarde, disse na segunda-feira, em São Paulo, que o presidente Nicolas Sarkozy deverá apresentar uma "solução" para as restrições européias aos biocombustíveis –questionadas pelos países produtores, como o Brasil. Ela disse, no entanto, que o assunto deverá ser debatido no âmbito da União Européia, e não restrito à França. "As relações entre Brasil e França sempre foram marcadas pelo selo da energia.
Agora, vocês vêm com a bioenergia. É muita energia. Mas a questão não pode ser debatida somente pela França, mas será evocada no âmbito da União Européia", disse Lagarde.
Na sexta-feira, o Brasil e mais sete países –Argentina, Colômbia, Indonésia, Malásia, Malauí, Moçambique e Serra Leoa– enviaram um comunicado à União Européia questionando as restrições e ameaçando até mesmo entrar com uma queixa na OMC (Organização Mundial do Comércio).
A ministra francesa participou na segunda-feira da abertura do Encontros dos Negócios França-Brasil, com o objetivo de impulsionar o comércio entre os dois países. Segundo ela, a França quer dobrar o número de pequenas e médias empresas francesas que trabalham no Brasil, até chegar a 600 companhias. Este é também o primeiro evento de uma série de promoções dentro Ano da França no Brasil, a ser realizado em 2009. No ano passado, também ocorreu o Ano do Brasil na França.
Lagarde, que também participou da reunião do G20 no final de semana, disse não ter se decepcionado com a ausência de propostas concretas ao final do encontro para solucionar a crise financeira global. "Eu não estou decepcionada, porque nosso objetivo era fazer um trabalho de preparação para a reunião dos nossos chefes em Washington, na próxima semana. Nosso desejo era preparar e eliminar dificuldades e divergências para nossos chefes fazerem propostas sobre questões de valor e ações concretas", disse.
Na reunião, o G20 sugeriu que ocorra uma série de mudanças na estrutura dos órgãos financeiros internacionais, como o FMI (Fundo Monetário Mundial), um maior controle sobre a movimentação de investidores e mais medidas de estímulo ao crescimento econômico. Porém, em nenhum dos casos foram tomadas medidas concretas, o que se espera da reunião em Washington.