Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Diplomata fecha unidade no centro-oeste

<p>Carga tributária leva frigorífico a fechar as portas no Mato Grosso do Sul.</p>

Redação (13/11/2008)- A tributação que incide sobre a carne de frango em Mato Grosso do Sul é um dos principais fatores que levaram o frigorífico Diplomata a fechar as portas da unidade em Indubrasil, distrito de Campo Grande. O fechamento da indústria – temporário, conforme os seus dirigentes – gera o desemprego em massa de 450 trabalhadores. “Como estamos sendo forçados a diminuir a produção, nós decidimos fechar temporariamente a unidade em Mato Grosso do Sul, que é a mais onerosa em razão do imposto”, justificou o superintendente industrial da empresa, Genésio Ricardo Gardin.

O frigorífico Diplomata tem cinco unidades de abate de aves e uma de produção de carne suína nos estados do Paraná, de Santa Catarina e de Mato Grosso do Sul (onde só há a unidade de Indubrasil). De acordo com Gardin, a unidade sul-mato-grossense é a que gera mais custos para a empresa por causa da tributação de ICMS. Enquanto no Paraná e em Santa Catarina, o produto está fora da incidência do imposto, em Mato Grosso do Sul a alíquota é de 6%.

A situação de crise internacional tornou necessário o replanejamento da produção, conforme Gardin. “A crise provocou uma redução de consumo”, disse, admitindo não saber ainda projetar a dimensão dessa queda. “Mesmo não sabendo quanto diminuiu, nós sentimos que houve redução”.

No momento em que foi preciso declinar a produção, a empresa não titubeou em fechar a unidade, situada no Estado com a maior carga tributária. O fechamento da unidade sul-mato-grossense deve reduzir em até 15% a produção da Diplomata. A indústria em Indubrasil abate 40 mil aves por dia.

Remédio

Para os trabalhadores, o problema está muito além de adequações produtivas para enfrentar a crise. Por causa da decisão da Diplomata, 450 funcionários serão demitidos no dia 19 de dezembro. “Nós conversamos com os trabalhadores e expomos a situação”, disse Genésio. Para o superintendente, a demissão em massa é tão necessária e com gosto ruim quanto um remédio. “O remédio é amargo, mas terá que ser tomado”, asseverou.

O que significa cura para a empresa representa incertezas para os trabalhadores. Embora o fechamento seja supostamente temporário, não há previsão para a unidade ser reaberta. “Não temos como saber”, disse Gardin. Segundo ele, quando (ou se) a unidade reabrir, os trabalhadores serão recontratados.