Redação (07/11/2008)- Enquanto no Brasil reunião ordinárias e extraordinárias são marcadas para tentar encontrar responsáveis pelas operações que levaram a Sadia S.A a perdas estimadas em R$ 653 milhões (até 30 de setembro), o fundo de pensão americano Westchester Putnam Counties Heavy & Highway Laborers Local 60 Benefit Funds, resolveu protocolar na última quarta-feira um processo contra a companhia em nome dos compradores de suas ações. O fundo pede à Justiça americana que o processo seja transformado em ação coletiva.
No processo, argumenta-se que os papéis da Sadia caíram para o nível mais baixo em 14 anos depois de anunciadas as perdas provocadas pela valorização do dólar contra a moeda brasileira. Nos últimos três meses, os American Depositary Receipt (ADRs) – ações da empresa negociadas na Bolsa de Nova York (CME Futures) – da companhia recuaram cerca de 74%. Vários ex-executivos e atuais dirigentes da empresa, incluindo o presidente da Sadia, Gilberto Tomazoni, são acusados na ação.
Avaliação de risco
Ontem, a agência de classificação de risco Moody””s rebaixou todas as classificações relacionadas à Sadia, de Ba3 para B1, depois que, na divulgação dos resultados do terceiro trimestre, a companhia divulgou que ainda continua com alta exposição a instrumentos de derivativos cambiais. "O rebaixamento da Sadia e das classificações das dívidas não securitizadas para B1 deve-se primeiramente ao aumento significativo do nível de alavancagem da empresa de 3,7 vezes o EBITDA (lucro antes de juros, amortização, depreciação e impostos) no final do 2° trimestre de 2008 para 6,7 vezes no final do 3° trimestre de 2008. De acordo com argumentação da agência, a alavancagem atual da Sadia é alta para a categoria B1 e mais alta que a dos frigoríficos brasileiros que têm essa classificação como o JBS S.A e o Marfrig. A Moody””s também confirmou a classificação Ba1 da Perdigão após uma análise da liquidez da empresa e de seus resultados para o terceiro trimestre. O cenário permanece negativo.
A confirmação da classificação Ba1 da Perdigão, devido à melhora da margem EBITDA da companhia, que avançou para 9% no terceiro trimestre deste ano na comparação com 8,2% do trimestre anterior.