Redação (07/11/2008)- A perspectiva de queda na safra agrícola 2008/09 de Mato Grosso continua se acentuando. Levantamento divulgado nesta quinta-feira pela Companhia Nacional de Abastecimento mostra recuo de área, produtividade como produção. No tocante à área, tende a diminuir de 1,8 a 3,6% a semeadura, contemplando de 8,2 a 8,4 milhões de hectares entre as diferentes culturas. Em 2007/08 a estatal indicou 8,6 mi ha. A produtividade pode ser 5,3% menor. Na produção, o decréscimo de 7,1 a 8,7% menor.
De acordo com a Conab, a cultura do algodão sofrerá o maior impacto, com a área em 2008/09 caindo de 16% a 20% (percentual inferior ao indicado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola que citou 27%). Se as estimativas se confirmarem o produtor terá a sua disposição de 433,4 a 455,1 mil hectares para plantar algodão. No entanto, em 2007/08, ocupou 541,8 mil hectares. Dentre os diversos fatores que justificam a redução da área plantada destaque- se a alta nos preços dos insumos e a concorrência com a soja, cuja as cotações encontram-se mais positivas.
A produtividade de algodão em caroço no Estado, segundo indicou a companhia, tende a permanecer inalterada. Isto é, em 3,9 mil quilos por hectare entre as diferentes épocas. Já de produção (em mil t), até 20% a menor, se o volume atingir 1,70 t. Entretanto, se alcançar 1,78, a retração pode ser de 8%. De pluma, podem ser captados de 664,3 a 697,5 mil toneladas, o que representa de 20 e 16% a menos, respectivamente, sobre os 830,4 do ano anterior.
Para o arroz a queda na área plantada varia entre 2% e 4%, o que representa de 230 a 235 mil hectares em 2008/09. Os orizicultores podem alcançar produção (em mil t) de 684,2 a 698,4 t, o que representa aumento frente a 2007/08 quando foram 683,4 t.
Em relação milho (1ª e 2ª safras), a Conab estima haver também redução, entre 0,7% e 1,2% na área, que pode oscilar de 1,82 milhão de hectares a 1,81 milhão. A produção pode se tornar 10,7 a 11% menor quando comparada ao ciclo anterior. Enquanto em 2007/08 atingiu as 7,8 milhões de toneladas, pode baixar a 6,931 ou 6,97 milhões.
Na soja, cujo plantio já ocorre entre as regiões do Estado, o decréscimo pode ser de 1 a 3% sobre 2007/08. A produção, de 5,6% a 7,5% menor, chegando de 16,5 a 16,8 milhões de toneladas.
Ao contrário das demais culturas, o feijão (1ª, 2ª e 3ª safras), pode ter um incremento de 4% sobre a área plantada, chegando a 93,3 mil hectares. Entre as razões indicadas pelo crescimento desta cultura, a Conab elenca os patamares de preço praticados atualmente, em conjunto aos reajustes nos preços mínimos do governo federal, e os limites de créditos, movaram os produtores. Por outro lado, o elevado custo de produção, aliado aos riscos naturais ainda pesam na decisão do plantio.