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Excesso de oferta preocupa cadeia produtiva de milho

<p>Produtores e compradores de milho também pediram um aumento no limite individual de financiamento das indústrias do segmento, de R$ 10 milhões para R$ 20 milhões por empresa.</p>

Redação (04/11/2008)- A Câmara Setorial de Milho e Sorgo solicitou ontem ao governo a ampliação das operações de compra direta (AGF) e subsídios ao escoamento da produção (PEP). Produtores e compradores de milho também pediram um aumento no limite individual de financiamento das indústrias do segmento, de R$ 10 milhões para R$ 20 milhões por empresa. 

Os membros da câmara, um órgão auxiliar do Ministério da Agricultura, estão preocupados com o excesso de oferta de milho no mercado e as projeções de recuo nas exportações do grão neste ano. "Os preços já caíram entre 5% a 10% e estão bem próximo do mínimo estabelecido pelo governo", diz o presidente da câmara setorial, César Borges de Sousa.

O executivo, também vice-presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Milho (Abimilho) e da Caramuru Alimentos, informa que o efeito do câmbio "ajudou, mas não resolveu" a queda das cotações. "Seria pior sem a desvalorização do real, mas ainda assim houve uma retração de preços", afirma.

Em reunião ordinária, os membros da câmara estimaram que as vendas externas devem ter uma "queda significativa" de 11,5 milhões para 5,5 milhões de toneladas na comparação com o ano passado. Os estoques totais do Brasil devem ficar em 9 milhões de toneladas. "É um volume grande que deprime os preços", afirma Sousa. Mantidas as atuais condições, a área plantada de milho deve ser 5% inferior à safra passada, assim como o volume de produção. "Se houver problemas climáticos, a produtividade será ainda menor do que esperávamos", diz ele. "A safrinha pode ser bem menor, dependendo do cenário econômico. Mas o preço está abaixo do mínimo apenas em Mato Grosso". 

A câmara setorial avaliou, ainda, a existência de nichos de mercado para o milho não-transgênico na Coréia e Japão, que absorveriam 2 milhões de toneladas nos próximos anos.