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PR tem 14 propriedades que podem vender carne à UE

<p>Os criadores comemoram esse retorno, porque estão recebendo 10% a mais sobre o valor da arroba comercializada nos frigoríficos.</p>

Redação (24/10/2008)- Depois de quase três anos os pecuaristas do Paraná começam novamente a vender carne para União Européia (UE). A primeira propriedade a receber a certificação foi o sítio do médico Jorge Luiz Pelisson, no município de Paranavaí. Até agora, 14 propriedades em todo Estado já estão liberadas para exportação. Os criadores comemoram esse retorno, porque estão recebendo 10% a mais sobre o valor da arroba comercializada nos frigoríficos.

Para Pelisson, esse preço diferenciado é importante para compensar prejuízos que teve em anos anteriores. Ele revela que mesmo durante a crise da aftosa, continuou investindo no rastreamento dos animais em sua propriedade e agora comemora a habilitação para exportar para UE.

‘‘Eu espera receber a habilitação, mas não esperava ser o primeiro do Paraná a conseguir isso. Durante os últimos anos tive prejuízo, mas continuei investindo’’, comenta. O médico e pecuarista tem uma propriedade de 100 alqueires, onde faz recria e engorda cerca de 550 cabeças. Mais de 80% do gado é Nelore, mas nos últimos anos, ele também investiu em raças européias como Red Angus.

Todos os animais da propriedade têm um brinco de identificação, pelo qual é possível saber a idade, procedência, alimentação e principalmente quais medicamentos foram aplicados. Segundo Pelisson, manter a propriedade dessa forma é difícil, porque é preciso rigidez na criação do rebanho, além de um investimento considerável em técnicos para fazer o acompanhamento junto as certificadoras.

Ele acredita que por não ter uma propriedade tão grande, conseguiu se manter dentro do programa de rastreabilidade. ‘‘É preciso cumprir uma série de exigências, mas acredito que isso será um caminho natural dentro do ramo. Logo, os consumidores brasileiros também vão exigir a procedência da carne que estão comprando’’, prevê.

Pelisson conta que para receber a habilitação, os técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Secretária de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) contaram os animais e vistoriaram todos os documentos da propriedade. Agora, todos estão em regime de confinamento, mas no verão a engorda é no pasto.

Nem todas as propriedades que requisitaram a habilitação passaram pela auditoria do Mapa e da Seab. Pelo menos três na região do Norte do Paraná foram reprovadas. No entanto, 14 já conseguiram a liberação. Curiosamente, metade delas fica no município de Paranavaí. As outras sete áreas ficam em Cambará, Campina da Lagoa, Faxinal, Icaraima, Leopólis, Ortigueira e Xambre.

O número expressivo de propriedades dentro em Paranavaí é considerado normal na opinião do responsável pela área de rastreabilidade da Seab, Antonio Minoro Tashibana. Ele explica que a região é a principal criadora de gado de corte do Paraná e o município tem o maior rebanho do Estado.

Segundo Tashibana, nessa primeira fase de auditorias já foram vistoriadas todas as propriedades indicadas pelas certificadoras.‘‘Temos em nossa lista mais 23 propriedades para serem auditadas. Isso não quer dizer que todas receberão a certificação. Quem não cumprir os requisitos ficará fora da lista da UE’’, revela.