Redação (21/10/2008)- A União Européia (UE) adiou ontem, pela segunda vez, a emissão de licenças de importação de frango do Brasil. Com isso, a retomada dos acordos, que aconteceria em 1º de novembro, ficou para 1º de dezembro. Segundo o diretor executivo da Abef, Christian Lohbauer, a UE alega que a portaria 16 do governo brasileiro, que rege a divisão das cotas, ainda está em análise. A suposição é que o Brasil estaria sendo discriminatório, mas "não disseram onde". Para ele, a decisão demonstra que a Comissão Européia cedeu à pressão dos intermediários, prejudicados pelo novo regime de cotas brasileiro.
O problema pode afetar as empresas que participam do Sial, em Paris, aponta o presidente da Abef, Francisco Turra. Os estabelecimentos avícolas estão em tratativas com compradores, inclusive europeus.
O novo regime prevê a divisão de 90% da cota conforme a performance dos exportadores entre julho de 2005 e junho de 2008. Empresas habilitadas após esse período podem se valer dos 10% restantes. O advogado da Abef Emiliano Alonso disse que há possibilidade de ingressar na OMC, alegando que a UE é que está sendo discriminatória ao permitir a venda de licenças. Lohbauer não acredita que a UE vá romper o acordo. "O que vai acontecer é que vamos vender no extra-cota." Fora da cota, a taxa é de 1.024 euros por t. A previsão é que, em 2008, sejam embarcadas 550 mil t de frango à UE, contra 540 mil t em 2007.
Ontem, a missão gaúcha que participa do Sial esteve reunida com lideranças do setor das carnes bovina, suína e de frango para assistir às apresentações realizadas pela Abiec, Abef, e Abipecs.
UE adia licenças para o Brasil
<p>Com isso, a retomada dos acordos, que aconteceria em 1 de novembro, ficou para 1 de dezembro.</p>