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Casos de Gripe Aviária caem na Indonésia

<p>Apesar dos números positivos, o país deve ficar atento para que não ocorra uma pandemia.</p>

Redação (24/09/2008)- A Indonésia deve continuar a se preparar contra uma possível pandemia de Gripe Aviária, mesmo com a queda dos casos de transmissão envolvendo humanos e aves, segundo agentes de saúde do país. Até agosto deste ano, 20 pessoas foram infectadas com o vírus H5N1, com 17 falecimentos. No mesmo período, em 2006, foram 55 casos com 45 mortes. Em 2007, 42 casos com 37 falecimentos. Desde julho de 2005, quando foi reportado o primeiro caso de infecção humana pelo H5N1 no país, 117 pessoas, de 137 casos confirmados, morreram.

Apesar de 12 das 33 províncias do país terem sido atingidas pela doença, no ano passado apenas sete ainda registraram infecções: West Sumatra, Banten, Jakarta, West Java e Central Java.

Segundo representantes do governo da Indonésia, a ilha de Java apresenta os maiores riscos, atualmente, pois possui produtores de frango certificados e não certificados.

Uma possível epidemia de Gripe Aviária ainda assusta as autoridades da Indonésia e do mundo, uma vez que o vírus H5N1 pode sofrer alterações genéticas e ter efeitos avassaladores nos humanos.

Indonésia tem maioria das vítimas de gripe aviária – A maioria da vítimas humanas da gripe aviária foi registrada na Indonésia, um país que também possui um dos índices de mortalidade mais altos por causa da doença, segundo artigo publicado na revista The Lancet.

O estudo indica que melhores métodos de diagnóstico e de gestão dos casos poderiam acelerar a identificação dos doentes, o que permitiria tratá-los mais eficazmente com remédios antivirais e, em conseqüência, reduzir a mortalidade.

Uma equipe de pesquisadores dirigida pelo doutor Toni Wandra, do Ministério da Saúde indonésio, analisou os fatores associados às mortes por gripe aviária nesse país. Os especialistas trabalharam com um grupo de 127 pessoas infectadas entre junho de 2005 e fevereiro de 2008.

Foi enviado um especialista para tramitar cada um desses casos, para o qual se obtiveram dados epidemiológicos e clínicos, além da realização de entrevistas com os pacientes e seus familiares. Um total de 103 dos doentes (81%) morreu, com um tempo de hospitalização médio de seis dias, disseram os especialistas. De 122 pacientes que chegaram ao hospital, 121 (99%) tinham febre, 107 (88%) apresentavam tosse e 103 (84%) estavam com problemas respiratórios.

No entanto, durante os dois primeiros dias após contrair a doença, a maioria dos pacientes não apresentava sintomas e só 31 tinham febre e tosse, enquanto nove apresentavam febre e problemas respiratórios. O tempo transcorrido entre o desenvolvimento da gripe e seu tratamento com o medicamento antiviral oseltamivir foi de uma média de sete dias. Um paciente que recebeu tratamento nos dois primeiros dias sobreviveu, dizem os especialistas.

Quatro dos onze (36%) que receberam tratamento dentro dos primeiros quatro dias também sobreviveram, assim como seis dos 16 (38%) que foram tratados 5 ou 6 dias depois de contrair a gripe e dez dos 44 (19%) que fizeram o tratamento após uma semana. O início do tratamento nos primeiros dias foi associado a uma mortalidade significativamente inferior, e também foi constatado que sobreviviam mais as vítimas que tinham sido infectadas em grupo, do que nos casos isolados.

Os especialistas recomendaram uma série de medidas para a rápida identificação e tratamento dos casos, o que é fundamental para reduzir a mortalidade. Entre outros, estavam o aumento do controle e da supervisão das aves e, nos lugares onde foram registradas mortes de animais, as clínicas locais e funcionários municipais devem buscar ativamente se há casos humanos.Também deve ser analisado se as pessoas que apresentam sintomas parecidos com os da gripe aviária mantiveram contato com aves, especialmente doentes ou mortas, afirmam os especialistas.

Finalmente, acrescentam, é preciso formar os funcionários de saúde na gestão de casos antecipados de gripe aviária H5N1 (a cepa mais perigosa da gripe, que afeta os humanos) e equipá-los com o antiviral para a oportuna administração.