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Setor agrícola quer Rodada Doha mais ambiciosa

<p>A demora e a indefinição da Rodada levaram as nações a uma tentativa de convergir em suas concessões, o que diminuiu a ambição de países competitivos agrícolas como o Brasil.</p>

Redação (17/07/2008)- O Fórum Permanente de Negociações Agrícolas Internacionais encaminhou hoje, após reunião na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), uma carta ao ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, na qual pediu que o governo brasileiro retome as suas "ambições" originais nas negociações da Rodada Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC). A carta tem como foco a reunião de ministros dos 31 países considerados mais influentes da OMC, que será realizada no próximo dia 21, em Genebra (Suíça).

No texto, o fórum lembra ao ministro que o agronegócio brasileiro é responsável por 24% do Produto Interno Bruto (PIB), por 37% dos empregos, por 36% das exportações e pela "totalidade" do saldo comercial brasileiro. "O setor mais competitivo da economia brasileira não pode ser prejudicado pela resistência à maior abertura comercial de setores de menor competitividade", afirma a carta, ao referir-se às ofertas brasileiras menos ambiciosas nos setores industrial e de serviços.

Segundo o presidente da Comissão Nacional de Comércio Exterior da CNA, Gilman Viana Rodrigues, que comandou a reunião do fórum, a demora e a indefinição da Rodada Doha levaram as nações a uma tentativa de convergir em suas concessões, o que diminuiu a ambição de países competitivos agrícolas como o Brasil. Viana Rodrigues criticou especialmente o fato de ter o Brasil se aliado a países com posições defensivas na área agrícola ao montar o G-20 e afirmou que melhor opção teria sido a reativação e o fortalecimento do Grupo de Cairns, o tradicional grupo de exportadores agrícolas da OMC.

"O momento atual é de retomada do mandato de Doha. Não é pecado fazer isso", declarou Viana, em entrevista após o envio da carta ao Itamaraty. "Uma posição mais corajosa do Brasil de se afastar da Índia e da China nas negociações é um diagnóstico nosso. Ao atender à Índia, nós inibimos as nossas ambições na Rodada", afirmou o presidente do fórum.