Redação (03/07/2008)- A economia mundial passa por uma transformação. O ingresso da China, com uma população de 1,3 bilhão de habitantes, no eixo das potências econômicas desestabilizou o equilíbrio mundial que havia entre demanda e oferta de alimentos. O crescimento médio em torno de 9,2%, nos últimos dez anos, com a inclusão de centena de milhões de chineses no mercado de consumo, alterou o panorama mundial pela demanda por alimentos.
Hoje, o Produto Interno Bruto (PIB) da China é de US$ 3,2 trilhões. Este ano a economia deve crescer 10%, contra 11,5%, em 2007. Indústrias e serviços são responsáveis por 89% de toda a economia, e a agricultura, 11%. Em 2006, o mercado chinês importou US$ 47 bilhões de produtos agropecuários. Desse total, o Brasil exportou US$ 3,7 bilhões, valor que se elevou em 23,5% em 2007, quando foram vendidos para a China US$ 4,6 bilhões em produtos do agronegócio.
O saldo da balança comercial do agronegócio é superavitário, contrariando o resultado do fluxo global de comércio entre Brasil e China. Enquanto a balança comercial entre os dois países registrou déficit de US$ 1,8 bilhão no ano passado, o agronegócio brasileiro consegue impor um resultado positivo para o Brasil de US$ 4,2 bilhões. Os principais produtos do agronegócio importados da China são: têxteis (fios, linhas e tecidos) de algodão, papel, calçados de couro e alho.
Ranking das exportações – Em 2008, a China pulou do terceiro lugar para o topo do ranking dos países de destino das exportações do agronegócio brasileiro. Está à frente dos Estados Unidos e dos Países Baixos, estes últimos concentram as importações por serem entrepostos. Isto é, as mercadorias exportadas para lá são reexportadas para outros países.
Até maio deste ano, a China comprou US$ 3 bilhões em produtos do agronegócio brasileiro, valor 86,62% superior em comparação com o mesmo período de 2007. A pauta de exportações é concentrada em um único produto, a soja em grão. No ano passado, essa commodity representou 60,6% do total exportado para aquele país, o que correspondeu à cifra de US$ 2,83 bilhões. Em seguida, aparecem a celulose, com US$ 423 milhões; o couro bovino, com US$ 413 milhões; o óleo de soja em bruto, com US$ 310 milhões; o fumo não manufaturado, com US$ 271 e a madeira serrada, com US$ 117 milhões.