Redação (22/11/2007)- O Ministério da Agricultura instituiu prazo de 60 dias para que todos os estados habilitados a exportar para o mercado europeu (GO, ES, SC, RS e áreas do MT e de MG) adotem a Guia de Trânsito Animal (GTA) eletrônica. A medida consta de circular do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal e é resultado das sugestões da comitiva européia que visitou o país. "Na parte de inspeção sanitária e de combate à aftosa o Brasil evoluiu. Eles ficaram satisfeitos sobre esse aspecto, mas encontraram fragilidades no sistema de rastreabilidade e sua relação com a Guia de Trânsito Animal", informou o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. Segundo a circular, as GTAs de animais enviados aos frigoríficos devem estar acompanhadas pelo número individual dos animais no Sisbov.
A exigência traz problemas ao Rio Grande do Sul, que tem apenas 44 Inspetorias Veterinárias equipadas para adotar o sistema on line. Segundo o diretor do DPA/Seapa, Dagoberto Bueno, a GTA eletrônica está mais avançada com relação a aves e suínos e ainda enfrenta dificuldades nas regiões onde estão situados os frigoríficos exportadores de gado. O superintendente substituto do Mapa, José Severo, admitiu que a rede ainda não está preparada para o serviço. Contudo, ele disse acreditar que o Estado possa se equipar a tempo. O coordenador da Comissão de Bovinocultura de Corte da Farsul, Carlos Simm, considerou difícil que se tenha GTA eletrônica disponível dentro de 60 dias.
A circular divulgada pelo Mapa ainda apontou que os frigoríficos credenciados a exportar carne bovina in natura para a UE somente poderão abater animais procedentes da área habilitada pelo bloco que tenham permanecido pelo menos 90 dias na área habilitada e 40 dias na última propriedade. Isso significa que a propriedade que receber animais de áreas não-habilitadas não poderá encaminhar nenhum para abate nos 90 dias seguintes. Segundo o Mapa, a mudança não traz impacto ao RS. O presidente do Sicadergs, Ronei Lauxen, teme a falta de animais rastreados para abate.
De acordo com Stephanes, o cumprimento dessas exigências tornará o país capaz de atender até compradores mais exigentes, como os asiáticos. "À medida que o Brasil tem condições de atender às exigências de cada um significa que temos capacidade de atender a qualquer mercado do mundo", comentou Stephanes. Em 2006, o Brasil exportou 2,2 bilhões de dólares em carnes para a União Européia.