Redação (21/11/2007)- O setor de alimentação animal, composto pelos fornecedores de insumos, fabricantes de rações e alimentos para cães e gatos, premixes e suplementos minerais, confirma as projeções otimistas divulgadas no primeiro semestre, e informa avanço de 15,4% no acumulado de janeiro a setembro/2007.
De acordo com estimativas do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), a perspectiva para o ano é de crescimento de quase 11%, em comparação ao resultado apurado no ano anterior. Os fatores conjunturais e interdependentes que delinearam essa mudança de cenário são:
– A avicultura de corte sofreu forte retração no primeiro semestre de 2006, fruto dos focos de gripe aviária no exterior que comprometeram significativamente o desempenho das exportações do frango brasileiro. Além disso, o ano de 2007 iniciou forte recuperação pela recomposição desses plantéis, em conseqüência da consolidação das exportações.
No último trimestre, apesar do fluxo de exportação aumentar, a demanda total por ração é menor que os trimestres anteriores, já que o frango exportado sofre abate mais precoce que aquele disponibilizado no mercado interno.
– Surtos de febre aftosa em bovinos no final de 2005 comprometeram indiretamente o desempenho da suinocultura industrial, cuja atividade se viu forçada a diminuir os plantéis e a demanda por rações no primeiro trimestre de 2006, efeito compensado no primeiro semestre de 2007, já que tem se revelado um ano de recuperação para o setor.
– O consumo de ração na bovinocultura de corte é favorecido pelas exportações, bons preços do boi vivo e sensível migração para o regime de semi-confinamento, fatores que têm estimulado o pecuarista a investir continuamente na qualidade da ração e acelerar o ganho de peso.
– A produção de rações na bovinocultura leiteira também tem sido estimulada pelos bons preços do leite no período, apesar da sazonal queda no consumo de ração no final de ano, motivada pelas melhores pastagens nessa época.
Em resumo, as estimativas elaboradas pelo Sindirações no final de 2006 previam um crescimento de 6,5% para esse ano. No entanto, alinhado às tendências atuais de crescimento da pecuária, esse índice foi reavaliado para aproximadamente 11%.
Essa evolução na quantidade produzida, entretanto, tem sido ofuscada pelos altos custos operacionais, mão-de-obra, energia, serviços, combustíveis e transporte, além do forte aumento dos insumos que comprometem a lucratividade.
Ao mesmo tempo, os insumos básicos importados (vitaminas, aminoácidos e enzimas) apresentaram custos de aquisição elevados nesse ano e devem manter essa tendência por causa da forte demanda global. Na mesma direção seguem as commodities agrícolas (milho, soja e farelo de trigo), influenciadas pela cotação internacional e avidamente disputadas no mercado externo.
Desempenho por segmento
No acumulado de janeiro a setembro, o segmento que apresentou maior crescimento no consumo de ração em relação ao mesmo período do ano anterior foi a bovinocultura, apesar da baixa penetração, pois a pecuária de corte é extensiva a pasto. A demanda de rações para aves subiu quase 13%; enquanto para suínos, 12%. Com isso, o maior consumo de rações nesse período ficou com a avicultura, com 22 milhões de toneladas, seguida pela suinocultura, com cerca de 11 milhões; bovinocultura, com 5 milhões.
Projeções para o último trimestre
No último trimestre do ano, o melhor desempenho relativo deve ficar com a produção de rações para a bovinocultura de corte, com crescimento de 54% em relação ao mesmo período do ano passado – porém é importante salientar que a penetração ainda é bastante baixa em razão do regime de criação extensiva a pasto. O consumo de rações na avicultura deve ter um aumento de 2% comparado aos meses de outubro a dezembro de 2006. No entanto, se comparado apenas os índices de galinhas de postura, esse número sobe para 15%. Já na suinocultura, espera-se uma retração no consumo de 2,7%, comparado ao mesmo período do ano anterior.
Consumo anual
Enquanto 2006 fechou o ano com uma produção de 48,4 milhões de toneladas de ração, esse ano deve encerrar com mais de 53,5 milhões de toneladas – em um setor que deve movimentar US$ 10 bilhões. Em relação ao ano passado, analisando as projeções para o fechamento do ano, o maior crescimento percentual na produção de rações deve ser na bovinocultura, com mais de 21% – considerando-se apenas os bovinos de corte, essa porcentagem sobe para 35%. Já o consumo de ração na avicultura deve fechar o ano com 10% de aumento, impulsionado pelo consumo das galinhas de postura, que tem previsão de alta de 14%.