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Americana Tyson planeja unir-se à Predileto

<p>A estimativa é que o negócio seja concretizado em até quatro meses.</p>

Redação (16/11/2007)- A gigante de alimentos norte-americana Tyson Foods Inc e a brasileira Predileto Alimentos (antiga Pena Branca) vão fazer uma joint-venture. A estimativa é que o negócio seja concretizado em até quatro meses. Com isso, finalmente, após anos de anúncios, a Tyson entrará no Brasil. Segundo analistas de mercado, a vinda da empresa provocará um "arranjo" produtivo no setor, inclusive com a concentração do mercado.

A Predileto Alimentos hoje é a primeira produtora de aves do estado de São Paulo e a sexta do País, com abate diário de 300 mil animais – um terço destinado para a exportação. Segundo o diretor da empresa, Antenor Barros Leal, há conversações com a Tyson, mas sem formalização de contrato. "A Tyson pretende colocar pé no Brasil e um dos caminhos seria uma joint-venture", afirma.

De acordo com ele, a parceria daria maior vigor à empresa, ao mesmo tempo em que aumentaria a inovação tecnológica. Leal acrescenta que, já no ano vem, a empresa receberá investimentos para a ampliação de seus negócios – inicialmente em São Paulo – a partir da joint-venture. De acordo com o diretor da Predileto Alimentos, o caminho é São Paulo – diferente das grandes indústrias brasileiras, que estão indo para o Centro-Oeste – porque é o maior mercado, mais refinado e mais exigente.

Atualmente a Predileto Alimentos só produz no estado de São Paulo – as atividades da Pena Branca (e a marca) no Sul do País, onde foi fundada, foram vendidas em 2002 para a norte-americana OSI. A empresa pertence à holding Moinhos Cruzeiro do Sul.

Na avaliação do diretor da AgraFNP, José Vicente Ferraz, a entrada da Tyson no Brasil será bom para o consumidor, produtor e o setor. "Dará um estímulo para o ganho de produtividade e um concorrente de peso, no futuro, para as duas grandes do setor no Brasil", diz. Além disso, apesar de o sistema brasileiro ser preferencialmente via integração, Ferraz acredita que haverá uma disputa maior também por matéria-prima. Ele acredita que a parceria será apenas o início dos investimentos no País. "Primeiro eles têm de conhecer o mercado", acrescenta.

O economista Fábio Silveira, da RC Consultores, lembra que há muitos anos a Tyson tentava entrar no Brasil – as investidas anteriores foram na Seara Alimentos e na Globoaves – e que o País está se transformando em uma plataforma de produção e exportação de carne de frango, atraindo investidores. "A conseqüência é levar a avicultura a operar em maior escala de produção, alijando do mercado pequenos produtores", afirma Silveira.

A Tyson anunciou oficialmente na segunda-feira, para analistas, que firmou uma carta de intenção com uma empresa de médio no Brasil.Além das iniciativas no Brasil e na China, a empresa também está avaliando meios de elevar sua participação no México. O objetivo da Tyson é elevar as vendas internacionais para US$ 5 bilhões de dólares até 2010, ante US$ 3 bilhões neste ano.