Redação (09/11/2007)- O Porto de Paranaguá perdeu para Santos (SP) e Rio Grande (RS) nas exportações de soja em volume embarcado nos primeiros nove meses deste ano. De janeiro a setembro de 2007, o porto de Santos exportou 4,241 milhões de toneladas, Rio Grande 4,209 milhões e Paranaguá 3,831 milhões. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio e foram compilados pela Associação Nacional de Exportadores de Cereais (Anec).
O diretor geral da Anec, Sérgio Mendes, disse que, com todas as restrições que a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) criou desde 2003, houve desvio de cargas para outros portos. ""Paranaguá criou um engessamento de gestão. A soja transgênica teve tanta restrição que os exportadores foram procurar outros portos"", afirmou. Ele lembrou que o porto de Rio Grande teve a movimentação afetada pela estiagem sofrida pela agricultura.
Segundo Mendes, o mais dramático no caso de Paranaguá é a perda de cargas de soja em grão. Ele comentou que muitos exportadores procuraram o Porto de São Francisco e o de Santos. O diretor destacou que a liberação total dos berços do Corredor de Exportação para soja geneticamente modificada aconteceu só neste ano.
No caso do óleo de soja, Paranaguá ficou na primeira colocação entre os portos que operam com este tipo de produto. De janeiro a setembro deste ano, Paranaguá exportou 994.047 toneladas, Rio Grande 410.321 toneladas, Santos 152.441 toneladas, São Francisco do Sul 126.286 toneladas e Manaus 37.754 toneladas.
Em farelo de soja, Paranaguá também liderou as exportações com 4,420 milhões de toneladas, seguido de Santos com 2,105 milhões de toneladas, Rio Grande (1,454 milhão de toneladas), Vitória (ES) com 716.039 toneladas, Ilhéus (BA) com 467.354 toneladas e Manaus (AM) com 351.374 toneladas.
Nas exportações de milho, Paranaguá também ficou com a liderança e exportou de janeiro a setembro deste ano 3,405 milhões de toneladas, Santos ficou com 1,235 milhão de toneladas, São Francisco do Sul com 1,183 milhão de toneladas, Vitória com 560.540 toneladas e Rio Grande com 402.263 toneladas.
Appa quer dinamizar uso de silo público
Curitiba – O Porto de Paranaguá não dá preferência para o embarque de soja mas para grãos de uma forma geral. A informação é do chefe do Departamento de Operações da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Clauber Candian. Segundo ele, a maioria dos navios com milho e soja são carregados acima de 60 mil toneladas. Cada navio graneleiro carrega cerca de 40 mil toneladas por dia e os de farelo 28 mil toneladas diárias.
Ele disse não ver motivos para a diferença no embarque de soja em grão de Paranaguá para os outros portos. Candian destacou que, no próximo ano, a Appa pretende dinamizar a utilização do silo público vertical. Hoje, este local é usado apenas para armazenar soja transgênica e tem capacidade para 100 mil toneladas.
Há ainda quatro silos públicos horizontais, cada um com 12 mil toneladas. Dois deles são utilizados para farelo de soja e dois para soja convencional. Todos os silos públicos, inclusive o vertical, estão operando na capacidade máxima.
De acordo com ele, o porto deve aumentar a capacidade de armazenagem com a otimização do silo público vertical. Estão previstos três novos silos pela Companhia Brasileira de Logística (CBL); um novo da Cooperativa Coamo, e um novo silo horizontal com 108 mil toneladas que fica pronto em seis meses, além de melhorias na área de logística.