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Museu do suíno

<p>Veterinário de Cachoeira do Sul (RS) cria o primeiro museu do suíno com histórico e coleção de miniaturas do animal. Hoje, mais de cinco mil peças estão em exposição. </p><p></p><p></p>

Da Redação 29/10/2007 – Hiran Kunert ganhou sua primeira miniatura de suíno em 1975. Ele ainda cursava a faculdade de veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e uma tia lhe trouxe de uma viagem que fez a Montividéu, no Uruguai. A lembrança levou Kunert a iniciar uma coleção que hoje possui mais de 5 mil peças oriundas de 60 países e a criar há pouco mais de quatro anos o Museu do Suíno. Uma parte desta coleção esteve em exposição no estande da Abraves, durante o 13o. Congresso da Abraves, realizado em Florianóplis (SC).

Mais do que apresentar sua coleção, o objetivo de Kunert é resgatar a história da suinocultura e desenvolver um trabalho educacional, principalmente com as crianças. Localizado no sítio de seu sogro no município de Cachoeira do Sul (RS), o Museu do Suíno possui seções específicas que destacam o papel do suíno na alimentação humana, farmácia, medicina, utilidades gerais e agricultura. “O suíno nos fornece uma série de produtos e subprodutos e nestas seções destacamos o papel dele dentro de cada área”, afirma o colecionador. “Só em medicamentos humanos, por exemplo, o suíno gera mais de 40 produtos”, comenta. Ele cita ainda outros exemplos, como o uso dos pêlos para fabricar pincéis ou menos o seu couro, com o qual é possível produzir bolsas ou até casacos.

Gerente Comercial da M.Cassab e professor da UFRGS, Kunert amadureceu a idéia do museu com seu grupo de alunos, aos quais propôs um levantamento sobre utilidades e curiosidades sobre os suínos. Daí surgiu a idéia de expor tudo isto ao lado de sua coleção.

Educação
Kunert mantém no museu a maquete de uma granja e até mesmo itens com os quais transmite informações sobre a alimentação do suíno e as características atuais de produção. “Quero ajudar a desmistificar uma série de questões que ainda cercam a criação de suínos”, explica. “Muitas pessoas se surpreendem ao descobrir que o suíno se alimenta de rações de milho e soja; elas ainda acham que ele se alimenta de restos de comida”. Segundo ele, isto é visível principalmente pelos recados deixados no livro de visitas pelas crianças, que se encantam com as miniaturas e as novas descobertas.

Durante mais de 25 anos, a coleção de Kunert foi aumentando graças ao apoio de amigos que passaram a lhe dar como presente as miniaturas. Todas as peças doadas têm o registro de seu doador. O museu possui um site (www.museudosuino.org), no qual consta uma lista com todos que contribuíram com a coleção.

Entre as curiosidades presentes no museu, Kunert destaca algumas:

_ Jogo dos porquinhos. É uma versão atual de um jogo criado pelos vikings e que depois daria origem aos atuais jogos de dados. Ao jogar os porquinhos, conforme a posição em que caíssem era feita a pontuação.

_ Lata de banha do extinto frigorífico Wilson do Brasil. Ele recebeu o primeiro registro de SIF no País. O SIF n. 1 foi posteriormente comprado pela Sadia. Para se ter uma noção da importância da banha, ela era vendida em latas específicas. Hoje a lata custaria muito mais do que o produto ela traz.

_ O livro Moléstias dos Suínos, de Cícero Neiva, de 1940. As doenças listadas no livro já praticamente não existem mais na suinocultura de hoje ou perderam completamente a importância. Para se ver como mudou a suinocultura nestes 60 anos.

_ Uma prensa para produção artesanal de torresmo e banha do século 19. Ela é de origem alemã e foi resgatada de uma fazenda em Agudo, no interior do RS. Ao gerar a manivela e prensar a carne, se conseguia extrair de um lado a banha e de outro o torresmo.

Primeira miniatura da coleção de Kunert, iniciada em 1975

Hiran Kunert: mais de cinco mil peças no Museu do Suíno e atividades para a educação escolar