Redação AI (25/10/07) – A indústria brasileira de frango, maior exportadora mundial, "não deve baixar a guarda" na defesa e na prevenção contra o vírus da gripe aviária (H5N1). O alerta foi dado ontem pelo chefe da luta mundial contra a pandemia, David Navarro, da Organização Mundial da Saúde (OMS). "A indústria brasileira de frango está muito bem preparada, mas deve manter nesse caminho", disse em entrevista na qual advertiu que a ameaça à saúde humana é forte e que o mundo precisa de três anos para se preparar contra uma pandemia.
Segundo a OMS, a pandemia pode se propagar através de aves. A Indonésia, um dos mais atingidos, tem 1,4 bilhao de frangos ameaçados. A gripe aviária já atacou 60 países, com destaque também para o Egito, Nigéria, Bangladesh, parte da China e do Vietnã.
O vírus da gripe aviária, que passa de aves para humanos, já matou 200 de 350 pessoas afetadas. Serviços veterinários e de saúde precisam melhorar seus sistemas de controle, insistiu Navarro.
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) estimam que as perspectivas a médio prazo dos mercados e dos preços de carnes poderão ser influenciadas pela situação sanitária.
A expectativa é de que os preços do frango, em alta de 3%, continuem elevados. A progressão do consumo até 2016, se não houver grande crise, pode chegar a33% no caso do frango. A OCDE e a FAO estimam que a produção brasileira pode crescer 2% em média até 2016. Em contrapartida, a China, que já teve gripe aviária, poderá elevar em 105% ao ano suas importações, a Indonésia 7,9%, a Coréia do Sul, 8% e o Paquistão, 16%.