Redação (28/09/2007) – Apesar da estiagem prolongada, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, mantém a estimativa do aumento da safra neste ano, como está previsto nas pesquisas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). "Seria muito prematuro dizer que a safra proxima será ruim. Não vamos ter um período tão chuvoso quanto no ano passado. Ainda temos um prazo para adaptação. De qualquer forma sabemos que não teremos a mesma chuva do ano passado, mas mesmo assim nós esperamos uma produção superior a deste ano”, disse.
A próxima pesquisa com a estimativa da colheita na safra 2007/08 será divulgada no início de outubro. Contudo, no início deste mês, a pesquisa da Conab registrava que o Brasil iria colher a maior safra da sua história: 131,4 milhões de toneladas. O resultado supera em 6,7% a maior produção, alcançada em 2002/03, de 123,2 milhões de toneladas. “Hoje obtive informações de que as chuvas deverão começar a partir do dia 6 de outubro para iniciar o plantio da próxima safra", completou.
A entrevista do ministro da Agricultura fez o balanço de sua gestão nos últimos seis meses e apontou desafios até o final do ano. O governo federal, de acordo com Stephanes, está discutindo medidas em torno das dívidas de médio e longo prazo dos agricultores, que envolvem nove blocos diferentes. As linhas para a questão estão traçadas e deverão envolver decisões que serão tomadas até dezembro próximo. Stephanes destacou que a criação do "Fundo de Catástrofe", em discussão no governo será uma das próximas medidas mais importantes para a agricultura.
A idéia é que o governo entre com um suporte financeiro e que as seguradoras garantam as quebras de safra, decorrentes de alterações climáticas. A previsão é de que em 4 anos toda a agricultura esteja coberta pelo fundo. A criação do selo sócio-ambiental, que sairá ainda este ano, é outra medida em discussão no governo. Ele vai garantir incentivos aos empreendimentos que trabalharem com boas práticas, no trato com os empregados, "repelindo a exploração e os casos inaceitáveis de escravidão".
O selo terá o objetivo de criar vantagens ao empresário, com a concessão do selo ambiental, para a concessão de financiamento, e apoio comercial e à exportação.