Redação (15/08/07) – Segundo estimativa feita pelo assessor técnico da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Ademiro Vian, as instituições financeiras privadas devem liberar R$ 19,5 bilhões na safra 2007/08, que pelo ano agrícola termina em junho. A cifra representa 3,72% mais que os R$ 18,8 aplicados na última safra (2006/07).
"Temos que chegar em junho de 2008 com R$ 19,5 bilhões no mínimo", disse. Os recursos são utilizados para o custeio, plantio da safra e alguma coisa para o investimento.
A previsão da Febraban é inferior à meta do Plano Agrícola 2007/08 anunciado em junho pelo Governo Federal, que prevê R$ 60 bilhões, dos quais R$ 27 bilhões seriam aplicados pelos bancos privados e R$ 33 bilhões pelo Banco do Brasil. Segundo Vian, os bancos farão esforços para desembolsar 100% dos recursos previsto no Plano. "As previsões podem mudar mediante o clima e a economia". A estimativa da Febraban tem como base a projeção da aplicação dos depósitos a vista que vem crescendo mediante os fundamentos positivos da economia. Isso gera maior disposição dos depósitos a vista no sistema financeiro, que é obrigado a destinar 25% da média diária dos depósitos a vista no crédito rural. Os juros estão hoje em 6,5% anuais.
Mesmo com a alegação dos produtores rurais, de estarem endividados, a Febraban não vê risco na aplicação no crédito rural. "O endividamento é natural e só se torna inadimplência quando a dívida não é paga", disse. Segundo Vian, o índice de inadimplência do campo nos bancos privados sempre girou em 1,5%. Conforme Vian, existe "forte interesse" das instituições financeiras privadas de aplicar recursos no campo, já que a economia brasileira é agrícola.
Dos R$ 786 bilhões aplicado no sistema financeiro até maio deste ano, R$ 139,8 bilhões estavam aplicado no crédito rural, o equivalente a 20% do total. Segundo a Febraban, os bancos privados triplicaram a liberação de recursos no campo, saindo de R$ 5,848 bilhões em junho de 2000, fechamento da safra 1999/00, para os R$ 19,5 bilhões previstos para a safra 2007/08 – um avanço 233% em oito anos.