Redação (27/07/07) – A Perdigão fechou o segundo trimestre de 2007 com um faturamento bruto de R$ 1,8 bilhão, resultado 29% superior ao obtido em igual período do ano anterior, registrando crescimento total de 19,7% em volumes vendidos de carnes, lácteos e outros produtos processados.
O gerenciamento eficaz de custos e despesas, o aumento da produtividade, a diversificação dos negócios da empresa e a excelente performance de vendas garantiram desempenho operacional significativo. O EBITDA atingiu R$ 166,2 milhões, valor 279% superior em comparação ao mesmo trimestre de 2006. A margem do EBITDA subiu de 3,7% para 10,9%.
As vendas no mercado externo cresceram 29,6% em receitas e 13,1% em volumes, apesar dos efeitos da apreciação do real em relação ao câmbio, que chegou a 10,1% no período. Esse desempenho foi proporcionado pelos ajustes de produção e aumento de demanda nos mercados tradicionais.
No mercado interno, as receitas somaram R$ 1 bilhão, um incremento de de 28,3%, impulsionado principalmente pelo aquecimento do consumo dos produtos de maior valor agregado e incluindo ainda a incorporação integral das atividades de lácteos.
Esse conjunto de fatores positivos levou a um ganho efetivo de 5,9 pontos percentuais na margem bruta do trimestre. O lucro bruto chegou a R$ 411,2 milhões, crescimento de 63,3% em relação a igual trimestre do ano anterior.
O lucro líquido totalizou R$ 70,8 milhões, com margem líquida de 4,6%, contra um resultado negativo registrado no segundo trimestre de 2006, em função da conjuntura internacional.
INVESTIMENTOS
No período, a Perdigão investiu R$ 154,4 milhões. Os recursos foram direcionados especialmente ao novo complexo agroindustrial de Mineiros (GO), inaugurado em março; ampliação de linhas de produção em Rio Verde (GO) e ampliação da produção de aves em Nova Mutum (MT). Parte do valor destinou-se ainda ao reforço de centros de distribuição e processos de TI.
O trimestre foi movimentado para a empresa com o anúncio do acordo para a aquisição da Plusfood, empresa processadora de aves e bovinos com três plantas na Europa; a compra de um frigorífico de bovinos em Mirassol D´Oeste (MT) e a aquisição de marcas e linhas de produção de margarinas, além de uma parceria estratégica com a Unilever.
Os negócios atendem ao plano estratégico da companhia definido até 2011 e estão de acordo com os propósitos delineados na oferta pública de ações, realizada no início de novembro de 2006. Esses novos negócios, que não estão inclusos nos resultados consolidados da companhia deste segundo trimestre de 2007, poderão agregar em torno de R$ 1,2 bilhão ao faturamento da Perdigão em 2008.
MERCADO EXTERNO
Com a recuperação do ritmo das importações pelos principais mercados, as vendas externas somaram R$ 766,8 milhões no trimestre. O volume de carnes exportado chegou a 200,8 mil toneladas, aumento de 13% em comparação ao período anterior e receitas 29,5% superiores. Os produtos processados também apresentaram excelente desempenho, com crescimento de 37% em volumes e 48,2% em receitas.
Como resultado do aquecimento da demanda internacional, os preços médios em dólares – FOB aumentaram 29,2% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, o que permitiu um ganho de margem, fortalecido pela melhoria de mix. Em reais, o preço médio ficou 14,6% superior, com custo médio 4,7% maior.
Os mercados internacionais que apresentaram maior crescimento foram Europa, Oriente Médio e Extremo Oriente.
As exportações de aves apontam boas perspectivas para o futuro. Os recentes focos de influenza aviária detectados em aves silvestres na Alemanha, República Tcheca, França e Áustria não deverão ameaçar as vendas externas como aconteceu no primeiro semestre do ano passado, quando notícias negativas divulgadas pela mídia e a desinformação da população provocaram a queda do consumo de produtos de aves.
Por outro lado, o reconhecimento de Santa Catarina como zona livre de febre aftosa sem vacinação pode ajudar, no médio/longo prazo, na abertura de novos mercados para a exportação de carne suína, como a Europa e o Japão.
MERCADO INTERNO
A queda de 14,4% nas receitas de carnes in natura, estrategicamente redirecionadas ao mercado externo, foi compensada pelo aumento do consumo de elaborados/processados, que elevou a receita total de carne em 10,7% e os volumes em 0,7%.
Os produtos lácteos representaram 19,4% das receitas do mercado interno, com crescimento de 230,2% e 207,3% em receitas e em volumes, respectivamente. A expressiva diferença deve-se ao fato de que, neste trimestre, houve incorporação integral da atividade, enquanto no mesmo período de 2006 foi computado apenas um mês, já que a aquisição de 51% da Batávia ocorreu em junho daquele ano. Para melhor avaliação, a companhia informa que o crescimento efetivo desta atividade foi de 12,9% em receitas e 3,7% em volumes totais, comparado ao mesmo trimestre do exercício anterior.
Os produtos de maior valor agregado, entre processados de carnes, lácteos, massas e outros, já representam 82% da receita do mercado interno. A demanda ainda reprimida permite à companhia direcionar seu foco estratégico a estes produtos, que asseguram melhor rentabilidade.
Os preços médios dos produtos de carnes cresceram 10,6% no trimestre, resultado da boa demanda e da melhoria de mix. Com isso, houve melhora significativa das margens respaldadas pelo custo médio, que teve impacto menor registrando aumento de 2%. Já os lácteos sofreram pressão de custos em função do aumento do leite no mercado internacional, menor oferta decorrente da entressafra e impacto da alta do milho. Assim, o custo médio do trimestre foi 7,1% superior, com preço médio 4,9% maior.
DESEMPENHO NO SEMESTRE
No primeiro semestre de 2007, a Perdigão também registrou crescimento de vendas tanto em volumes como em receitas nos mercados interno e externo, atingindo receita bruta de R$ 3,57 bilhões, resultado 36,5% superior ao obtido em igual período do ano anterior.
As exportações somaram R$ 1,5 bilhão, o equivalente a um aumento de 38% em relação ao primeiro semestre de 2006. Em volumes, as vendas cresceram 24,6%.
No mercado interno, o faturamento chegou a R$ 2 bilhões, crescimento de 35,4% ante ao mesmo período do ano passado. Nos primeiros seis meses de 2007, os volumes de vendas subiram 31,5%, somando 548,5 mil toneladas.
MERCADO ACIONÁRIO
O volume financeiro de ações negociadas na Bovespa e na NYSE (New York Stock Exchange) totalizou US$ 16,2 milhões/dia, refletindo um crescimento de 135% no trimestre. No acumulado do ano, a média do volume financeiro foi de US$ 12,8 milhões, 75% superior ao ano anterior.
Em linha com a performance de liquidez, a valorização das ações no trimestre foi de 32,5%, com os ADRs subindo 43,9%, acumulando uma rentabilidade de 22% e 38,6% nas ações e nos ADRs, respectivamente, no ano, que superam os principais índices da Bovespa e da NYSE.