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Queda do dólar alerta o agronegócio

<p>Redução na cotação da moeda norte-americana obriga setor primário a rever custos e estratégias.</p>

Redação (13/07/07) – A queda registrada, ontem, na cotação do dólar, que chegou a R$ 1,874, intensificou a preocupação dos segmentos exportadores do agronegócio. Com o novo patamar da moeda norte-americana, as empresas estão revendo estratégias e reformulando tabelas de custo. Conforme o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Marcus Vinicius Pratini de Moraes, a previsão é que a cotação fique em torno de R$ 1,85 neste ano e, em 2008, em R$ 1,75.

Pratini afirmou que o dólar abaixo de R$ 2,20 afeta todo o agronegócio. O secretário executivo da Asgav, José Eduardo dos Santos, destacou que a valorização da moeda norte-americana impacta, inicialmente, o custo de produção da indústria avícola, o que acaba não sendo repassado ao preço final. "Estamos em estado de alerta. Com a queda no dólar dia após dia, as empresas têm que rever suas estratégias."

Mesmo assim, Pratini de Moraes vê aspectos positivos na queda da cotação. "Acaba por estimular a reorganização industrial e até a mudança de perfil." O impacto na indústria de carne só não é maior porque os exportadores têm conseguido aumentar os preços em dólar. "A demanda pela carne brasileira é grande e muitos frigoríficos reduziram a produção", explicou. Além disso, alertou, o maior impacto deve ser nas pequenas empresas, que não são exportadoras.

O presidente do Sindifumo, Iro Schünke, explicou que a valorização do real torna o produto brasileiro mais caro em dólar. Para o dirigente, o cenário somente veio a confirmar a tendência já registrada nos últimos anos. O faturamento do setor com exportações em 2005 e 2006, por exemplo, ficou na casa de 1,7 bilhão de dólares. No entanto, o volume embarcado em 2005 foi de 610 mil toneladas e, no ano seguinte, de 560 mil toneladas, o que prova o aumento nos preços.

"Apesar de o faturamento ser quase igual em dólar, em 2006, a receita em real foi 11% menor que em 2005", afirmou. A comercialização do fumo está praticamente encerrada, de forma que a queda não afetará o preço ao produtor. É provável que ele seja revisto para a próxima safra. A sugestão do setor é investir em qualidade para assegurar renda.