Redação (13/07/07) – O secretário de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Célio Porto, que irá liderar a missão, afirmou que o governo brasileiro irá utilizar como argumento para avançar nas negociações o fato de Santa Catarina ser área livre de febre aftosa sem vacinação, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
Em relação ao embargo às exportações de carne de frango, governo chileno usa como justificativa os focos da doença de Newcastle que ocorreram no ano passado em criações domésticas no Rio Grande do Sul. Ao contrário da febre aftosa, cabe ao próprio país se auto-reconhecer como área livre de Newcastle e o Brasil já declarou algumas indústrias e suas integrações (criatórios) como livre da doença.
Em relação à possibilidade de revogação do embargo ao imposto pelo Chile às compras de carne bovina brasileira, Célio Porto se mostrou pessimista, pois as únicas áreas livres de aftosa, com ou seu vacinação, são Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rondônia, Acre e o sul do Pará.
"Assim como os Estados Unidos e a União Européia, os chilenos mandam inspetores para habilitar frigoríficos, e eles pedem informações adicionais, o que é uma tática protelatória", disse Porto. "O Chile impõe ainda uma série de restrições, como a exigência da rastreabilidade e que o animal seja nascido, crescido e abatido nas zonas habilitadas."
Porto afirmou que o Ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, irá ao México nos dias 2 e 3 de agosto, para reuniões, na tentativa também de suspender as barreiras sanitárias impostas pelo governo mexicano à carne brasileira. As reuniões antecedem a visita que o presidente Luis Inácio Lula da Silva fará ao México, prevista para o dia 6 de agosto.
OMC
O Ministério da Agricultura vai defender na Câmara de Comércio Exterior (Camex) que o Brasil integre como parte ativa o painel proposto pelo Canadá na Organização Mundial de Comércio (OMC) contra os subsídios agrícolas concedidos pelo governo norte-americano.
Segundo Célio Porto, a proposta será encaminhada na reunião da Camex prevista para acontecer até o final deste mês. Ele explicou que como parte ativa da contenda o Brasil terá que arcar com parte dos custos do processo, mas teria acesso aos benefícios do contencioso. "A nossa proposta é que o assunto seja levado à deliberação da Camex, com voto favorável do Ministério da Agricultura", disse Célio Porto.