Redação (03/07/07) – Conforme pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, a primeira envolve o início do Plano Real, de julho de 1994 a janeiro de 1999. Neste período, a taxa de câmbio média mensal oscilou entre R$ 0,84 e R$ 1,205/US$. O segundo período compreende os anos de 1999 a 2004, com taxa média mensal de câmbio entre um mínimo de R$ 1,502 em janeiro de 1999 e R$ 3,806/US$ em outubro de 2002, mês em que foi realizado o segundo turno que elegeu o presidente Lula para seu primeiro mandato. O terceiro período inicia em janeiro de 2005 e, até junho deste ano, a taxa média mensal está entre R$ 2,705 em março de 2005 e R$ 1,933/US$ neste mês.
O primeiro período foi de grande dificuldade para o setor agropecuário brasileiro. A valorização do Real aliada ao descompasso entre os preços e a correção das dívidas dos produtores levaram a um processo de renegociação de dívidas – a chamada securitização – porque agricultores não tinham capacidade de pagamento das dívidas como foram calculadas inicialmente, lembram pesquisadores do Cepea.
Nesse período, o preço da soja no mercado internacional chegou a superar os patamares atuais, alcançando quase 9 dólares por bushel em maio de 1997, mas naquele mês o câmbio médio foi de R$ 1,068/US$. O Indicador da soja CEPEA/ESALQ, que completa 10 anos em julho, teve média de R$ 16,16/saca ou US$ 14,22/sc entre 1997 e 1998.
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O segundo período foi de crescimento – especialmente entre 2001 e 2004. De início de 1999 a meados de 2002, os preços da soja na CBOT (primeiro vencimento) oscilaram numa faixa entre US$ 4,13 e US$ 5,60/bushel, com preços no Brasil entre R$ 15,70 e R$ 30/saca. A partir de meados de 2002, os preços em Chicago estiveram entre o mínimo de US$ 5/bushel (em novembro de 2004) e o máximo de US$ 10,52/bushel (em março de 2004).
A taxa cambial disparou de meados de 2002 até outubro daquele ano, ficando acima de R$ 2,70/US$ até final de 2004. Nesse período, os preços em reais da soja no Brasil chegaram a superar R$ 55/saca (com base no Indicador CEPEA/ESALQ – mercado paranaense) em março de 2004. Esta época foi marcada pela expansão do plantio de soja no Brasil, pelos investimentos realizados pelos agricultores em suas propriedades, pela compra e arrendamento de terras e outros investimentos. Foi um período de forte crescimento do agronegócio, capitaneado pela soja.
O terceiro período – o atual – é caracterizado por preços domésticos em dólar acima da média no mercado externo, sustentados em grande parte pela valorização do Real. Apesar da soja estar cotada nesses últimos meses acima de 8 dólares por bushel, o preço não ultrapassou R$ 34/saca no mercado brasileiro, segundo o Indicador CEPEA/ESALQ.
