Redação (03/05/07) – As diferenças são enormes dentro do próprio país, o que impede o crescimento sustentável do setor como um todo. O evento, realizado em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento brasileiro, será direcionado às comitivas oficiais de 70 países, aos integrantes de movimentos sociais, organizações públicas governamentais ou não, associações, universidades e ao setor privado.
Os preços pagos aos agricultores do cacau na República dos Camarões, por exemplo, — 5º maior produtor de cacau do mundo — variam até 50% entre Yokadouma (a 800 quilômetros do porto de Douala) e Mbanga (distante 60 quilômetros). Os agricultores recebem de 25% a 8% do preço médio internacional por quilo da fruta. As diferenças de pagamento para o mesmo produto agrícola refletem o modo como trabalhadores rurais nos países em desenvolvimento ficam muitas vezes em desvantagem quanto à negociação de preços.
Os compradores são astutos, bem informados e possuem escritórios internacionais, enquanto os pequenos agricultores têm menos informação, pouca influência sobre grandes empresas e, — já que devem pagar por remédios, insumos agrícolas e outros custos — têm uma necessidade urgente de vender seus produtos enquanto são consumíveis.
Até os anos 90, muitos países em desenvolvimento tinham conselhos de marketing agrícola que os representavam, estabeleciam preços mínimos e forneciam vários serviços, como armazenamento, transporte, campanhas de crédito, informação, insumos e controle de qualidade. Infelizmente, essa não é mais a realidade do setor.
O projeto Infoshare da Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD) é um banco de dados recém-lançado para coleta e compartilhamento de informação sobre preços de commodities por meio da cadeia produtiva — da fazenda aos preços de importação e exportação, inclusive custos intermediários como armazenagem e transporte. A versão final do projeto foi apresentada na República dos Camarões em novembro de 2006 e logo será divulgada a outros países interessados. Ao consultar este sistema via Internet , os agricultores podem decidir se as ofertas dos compradores são justas.
O programa Infocomm, também da UNCTAD, lançado em 2001, fornece análises de mercados de commodities internacionais a formuladores de política em países em desenvolvimento, a universidades, a instituições financeiras e ao público em geral. O Infocomm é um portal eletrônico disponível em várias línguas e organizado com dez títulos que vão desde características e valor dos produtos até mercados exportadores e preços; seu objetivo é fornecer informação do mercado de commodities que seja acessível, confiável e atualizada. Também conta com links para grandes organizações de produtos, grupos de pesquisa internacionais e universidades. Além disso, notas de imprensa mensais de fontes autorizadas sobre informações de commodities estão disponíveis aos usuários. Atualmente, ele é consultado por 12 a 15 milhões de pessoas em todo o mundo, 60% delas em países em desenvolvimento.
Informações adicionais: http://www.unctad.org/infocomm/anglais/indexen.htm
A programação prévia do Global Initiative on Commodities está disponível em http://www.s2.com.br/s2arquivos/380/multimidia/165Multi.pdf
Serviço
Global Initiative on Commodities
Data: 7 a 11 de maio de 2007
Horário: das 9h às 18h
Onde: Hotel Blue Tree Park Brasília (SHTN, Trecho 01 Lote 1B – Bloco C)
Mais informações: www.common-fund.org