Redação (27/02/07) – A expectativa é atenuar o prejuízo registrado no ano passado, quando o valor do produto nas gôndolas dos supermercados e no açougue era 20% menor do que o custo de produção nas granjas. No primeiro bimestre deste ano, o preço já subiu 30%. "Se o preço for mantido e o custo da produção não aumentar, a expectativa é recuperar a rentabilidade dentro de oito meses", diz a superintendente da Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig), Marília Martha Ferreira.
No ano passado, a produção de carne de frango em Minas ficou em 750 mil toneladas, 1,5% menor do que a registrada em 2005. A retração ocorreu em função da queda do preço da carne no mercado. Para o presidente da Avimig, Tarcísio Franco, 2007 deverá ser um ano melhor para os produtores. "Já estão aparecendo sinais de que haverá defasagem de carne no mundo, principalmente no que diz respeito à carne de frango. Se as exportações aumentarem, o preço do produto no mercado interno também vai subir, regulando oferta e procura", afirma.
Diante disso, Franco acredita que o produtor vai voltar a trabalhar com uma remuneração sobre a produção, ao contrário do que ocorreu no ano passado. Mesmo assim, na avaliação dele, a retomada não será suficiente para recuperar as perdas de 2005. De acordo com a Avimig, Minas é responsável por 7,5% da produção de frango e por 11% da produção de ovos no Brasil. Os últimos números da entidade mostram que, em 2005, os produtores mineiros colocaram no mercado brasileiro 7,4 milhões de caixas de 30 dúzias de ovos. Hoje, eles respondem por 14% da produção brasileira, ocupando a segunda posição no ranking nacional, atrás de São Paulo, com 36%.
Além de frangos e ovos, a produção de carne de peru também é representativa no estado. São processadas diariamente 30.000 cabeças ou 400 toneladas de carne. Só em 2007, segundo cálculos da Sadia, o total de animais abatidos saltará de 7,3 milhões para 11 milhões de cabeças. Já o abate de frango na empresa deverá saltar de 42,9 milhões para 88 milhões de cabeças. Com a presença da Sadia, a região do Triângulo consolidou-se como uma das principais produtoras do estado. Outra área com grande concentração é a Zona da Mata, mas é no Centro-Oeste de Minas que está o maior foco de produtores de frangos, além de três indústrias de abate. A região Central abriga três integrações e sete indústrias de abate, matrizes e produtores independentes.
O Sul de Minas é o maior pólo produtor de ovos de consumo e de codornas do estado, onde estão alojadas mais de 6 milhões de poedeiras e mais de 500 mil codornas. Somente o Núcleo dos Avicultores das Terras Altas da Mantiqueira abriga mais de 5 milhões de aves. O Norte de Minas também tem papel significativo nesse mercado, participando com cerca de 16% da produção mineira de ovos.
Avesui Regiões. No início de abril acontece, no Expominas, a Avesui Regional, feira destinada a produtores e técnicos ligados à produção de aves, suínos, ovos, perus e avestruzes radicados no estado. A expectativa é receber cerca de 6.000 visitantes oferecendo equipamentos, produtos de saúde e de nutrição animal. Segundo o diretor de comunicação da feira, Alexandre Aidar, a edição regional foi criada com o objetivo de atender aos produtores que não podem se afastar dos centros de produção.