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Abipecs quer defesa sanitária como prioridade na agenda do governo

<p>Para não continuar pagando este preço, a Abipecs convocará os governos federal e estaduais e o setor privado a montarem um programa de erradicação.</p>

Redação (10/01/07) – Após perder milhões de dólares em exportações em 2006 por causa dos focos de aftosa em bovinos em Mato Grosso do Sul e no Paraná, a suinocultura quer pôr a defesa sanitária como prioridade na agenda do governo e do setor de carnes em 2007. “A sanidade é a grande questão para a agropecuária”, diz o presidente-executivo da Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Suínos (Abipecs), Pedro Camargo Neto.

Ele estima que 100 mil toneladas de carne suína deixaram de ser exportadas em 2006. Tomando como base o preço médio da tonelada de carne in natura brasileira exportada em novembro, de US$ 2.049, o setor perdeu US$ 200 milhões.

Contabilizado o prejuízo, Camargo sugere pôr o debate sobre sanidade sobre o patamar da erradicação da aftosa. Em Santa Catarina, há 12 anos não há focos de aftosa e há 6 não se vacina o rebanho. É o melhor status sanitário do País, que o setor quer ver reconhecido. Para isso, governo e setor privado entregam ainda este mês um pedido à Organização Internacional de Epizootias, com documentos que comprovam a sanidade do rebanho local.

Santa Catarina é o líder nacional na produção de suínos e foi o maior prejudicado pelo embargo imposto pela Rússia, principal comprador da carne suína brasileira. O país proibiu as importações, voltou a adquirir carne do Rio Grande do Sul, Mato Grosso e São Paulo, mas não de Santa Catarina. “Estamos pagando os erros da pecuária bovina.”

Para não continuar pagando este preço, a Abipecs convocará os governos federal e estaduais e o setor privado a montarem um programa de erradicação. “Este sempre foi o papel da cadeia do boi, mas desta vez será o dos suínos”, diz Camargo.

A erradicação poria as exportações brasileiras em outro patamar de preços, pois abriria mercados antes impensáveis, como Japão e Coréia do Sul, que não aceitam a vacinação. Camargo vê boas perspectivas para os suínos a partir do reconhecimento da OIE do status sanitário de Santa Catarina, que deve ocorrer em maio. “Será um novo horizonte; 2007 será melhor que 2005 e 2008 melhor que 2007.”