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Sadia reforça internacionalização

<p>Serão aplicados recursos nos abatedouros de aves e suínos.</p>

Redação (14/12/06) – Após um ano de dificuldades no mercado internacional, a Sadia Alimentos vai investir R$ 800 milhões para aumentar sua capacidade de produção no país e, segundo o presidente do conselho de administração, Walter Fontana Filho, a “ênfase será na internacionalização” da companhia.

Preços na exportação voltaram aos níveis pré-gripe aviária, disse Tomazoni

Fontana afirmou, em encontro ontem com jornalistas, que os recursos serão aplicados na construção do complexo de Lucas do Rio Verde (MT) – abatedouros de aves e de suínos -, nas obras da fábrica de processados de carne em Kaliningrado, na Rússia, na ampliação da planta de Brasília e modernização das fábricas de Concórdia e Chapecó, em Santa Catarina.

A previsão, segundo ele, é de que a fábrica da Rússia – na qual a Sadia tem como parceira a russa Miratorg – comece a operar no fim do próximo ano. O investimento na unidade é de US$ 70 milhões. “A Rússia é um país que está se ocidentalizando e com grandes oportunidades”, disse, acrescentando que a empresa já fez um pré-contrato para fornecer produtos processados de aves para a rede de fast food McDonald”s na Rússia. Parte dos investimentos também será destinada ao aumento da capacidade de abate de bovinos na planta de Várzea Grande (MT), que atualmente é de 1.000 animais por dia.

Fontana afirmou que a empresa aprendeu com a crise deste ano, provocada pela queda de demanda por frango em função da gripe aviária. “Mantivemos a produção, fizemos uma leitura corajosa da crise”. E o mercado, acrescentou, “entende que a crise de demanda está superada”.

Sinal de que a recuperação começou, segundo Gilberto Tomazoni, presidente-executivo da Sadia, é que os preços do frango na exportação voltaram aos níveis anteriores ao início da crise da gripe aviária, no fim de 2005. Além da retomada das vendas a mercados tradicionais, que reduziram as compras em 2006, a Sadia quer elevar vendas ao Egito e Irã. Há ainda mercados em desenvolvimento, como Líbano e Jordânia.

O Egito é uma aposta da Sadia pois teve de abrir as importações após os casos de gripe aviária que desestruturaram o setor de frango do país. “No Egito, era comum a venda de frango vivo para abate em casa”. Esse tipo de comércio de animais vivos permitiu o avanço da doença.

Segundo Tomazoni, a gripe, o câmbio e o embargo russo afetaram o faturamento da Sadia, que deve cair 4,5% este ano sobre os R$ 8,6 bilhões de 2005, apesar do aumento de 2,5% nos volumes e de 12% na receita com as vendas no mercado interno. As vendas externas caíram 6,5%, mas a Sadia não informou de quanto foi o recuo em receita.

Para 2007, a previsão da empresa é de um aumento de 10% a 11% nos volumes comercializados e retomar os níveis de rentabilidade. Este ano, a margem EBTDA deve ser 10%, e a meta é de voltar a 13%.

Tomazoni previu que será necessário um repasse de cerca de 5%, em média, no mix de produtos nos mercados interno e externo por conta da alta de preço dos grãos.

Questionado sobre uma eventual nova proposta pela Perdigão, Walter Fontana disse “que não há possibilidade”. Segundo ele, uma proposta hoje “não é razoável”, porque com a valorização dos papéis seria necessário uma oferta de R$ 33 por ação. Em julho, a Sadia fez duas propostas para adquirir o controle da Perdigão – a primeira de R$ 27,88 e a segunda de R$ 29..