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Safra de SP tem maior valor, diz IBGE

<p>Mato Grosso é o Estado com o maior número de representantes na lista dos principais municípios produtores agrícolas do país.</p>

Redação (23/11/06) – A crise de liquidez e renda que eclodiu no segmento de grãos no ano passado afastou o Mato Grosso da liderança do ranking estadual do valor da produção agrícola, mas não foi suficiente para tirá-lo da condição de Estado com o maior número de representantes na lista dos principais municípios produtores agrícolas do país.

Segundo estudo publicado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a participação paulista no valor da produção nacional foi de 17,6% em 2005, sobretudo graças à manutenção da supremacia nas áreas de laranja (80,5% da produção brasileira), cana (60,2%) – duas frentes em ótima fase de preços – e banana (17,6%). Em seguida aparecem Mato Grosso, Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia, Goiás, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo (ver infográfico).

Ainda assim, oito das dez principais cidades agrícolas de 2005 são mato-grossenses, apesar de a soja – carro-chefe do campo estadual e nacional – ter determinado a queda de 14,2%, para R$ 95,5 bilhões, do valor da produção agrícola brasileira total (“da porteira para dentro”) no ano.

Segundo maior produtor do grão do Brasil, Sapezal, no oeste do Mato Grosso, lidera o ranking dos municípios com maior valor da produção em 2005, com R$ 984,7 milhões, 8,6% mais que em 2004. A cidade teve área agrícola colhida total – Sapezal também é forte em algodão e milho – de 523,9 mil hectares em 2005.

Pela ordem, as outras cidades mato-grossenses entre as “dez mais” são Campo Verde, Sorriso, Diamantino, Campo Novo do Parecis, Primavera do Leste, Nova Mutum e Lucas do Rio Verde . Quebraram a hegemonia do Estado os municípios de São Desidério (BA), que ficou em terceiro, e Cristalina (GO), em nono.

Na divulgação do levantamento, ontem, o IBGE também ressaltou outros resultados de 2005. Destacou, por exemplo, que o avanço da fruticultura elevou o valor da produção de Juazeiro (BA) em 46,6%, que Wenceslau Guimarães (BA) é o maior produtor de banana do país, que Cristalina assumiu a liderança em batata-inglesa, que Minas e Espírito Santo se destacaram no café, que Morro Agudo (SP) e Campos dos Goytacazes (RJ) são os maiores em cana, que Venâncio Aires (RS) puxou a safra de fumo, que Itápolis (SP) tem a mais ampla área de laranja e que seis dos dez maiores municípios de mandioca do Brasil estão no Pará.

Outro levantamento publicado ontem pelo IBGE mostra que a produção florestal rendeu R$ 10,31 bilhões no Brasil no ano passado. Desse total, a silvicultura (cultivo de florestas com espécies exóticas ou nativas) representou 66,4%, cabendo ao extrativismo vegetal (produtos coletados em vegetações nativas e espontâneas) a fatia restante.

Conforme esse estudo, entre 2004 e 2005 cresceram significativamente, na silvicultura, as produções de folhas de eucalipto para a fabricação de óleo essencial, de madeira em tora para papel e celulose, de reside de espécies florestais, de carvão vegetal e de madeira em tora para outras finalidades. No caso dos produtos não-madeireiros, o IBGE destacou o valor da produção de babaçu (amêndoa), piaçava (fibra), açaí (fruto), erva-mate e carnaúba.

Ver mais em www.ibge.gov.br