Redação (06/10/06)- O milho, o cereal mais cultivado em Santa Catarina, está perdendo espaço no campo. Segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área plantada com o cereal deve diminuir 10% nesta safra. A previsão é que sejam cultivados 706,4 mil hectares. O principal responsável por esse comportamento são os baixos preços pagos ao produtor. “Os produtores não quiseram plantar milho, pois não houve estímulo nos preços pagos em 2006.
O saco de milho ficou em cerca de R$ 13, abaixo do custo de produção que é de R$ 15″, explica o vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado de Santa Cataruna (Faesc), Enori Barbieri.
Os produtores que abandonaram o milho deverão substituir o cereal principalmente pela soja. A Conab estima que haja um crescimento de, pelo menos, 7% na área plantada, atingindo 363,3 mil hectares. A vantagem para o produtor, segundo Barbieri, é que a produção de soja custa apenas um terço do custo do milho.
A situação se repete no resto do País. A expectativa com a área plantada com milho para a safra 2006/07 surpreendeu o mercado. As projeções da entidade mostram que a área total de milho deve ficar entre 12,55 milhões e 12,77 milhões de hectares, uma redução de 0,8% a 2,5% em comparação com a safra anterior.
Outra cultura que pode trazer bons resultados, apesar da manutenção da área plantada, é o feijão, avalia a entidade. “A remuneração promete ser satisfatória para o feijão em 2007 chegando a R$ 60 por saco, enquanto o custo de produção é de R$ 35 a R$ 40 por saco”. diz Barbieri
Outra cultura que pode enfrentar problemas no próximo ano é o fumo. As indústrias prevêem a eliminação de 20 mil pequenas propriedades, principalmente do Oeste, que ainda utilizam o sistema de secagem a galpão. “Como 85% da produção catarinense de fumo é destinada a exportação, as indústrias priorizam a compra do fumo secado em estufas, sistema utilizado pelos fumicultores do planalto norte e do litoral e que proporciona maior qualidade do fumo, salienta Enori Barbieri.