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Furlan assina protocolos para modernizar a comercialização e distribuição de carne suína

<p>Bares e restaurantes ainda são um mercado inexplorado.</p>

Redação SI (11/09/06)- O Ministro do Desenvolvimento, da Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, e os Presidentes de entidades da cadeia produtiva da suinocultura assinaram um protocolo, hoje, em São Paulo, visando criar uma estrutura de cooperação institucional destinada a desenvolver e modernizar a comercialização de carne suína no Brasil. Assinam o protocolo, além do Ministro Furlan e do Secretário de Comércio e Serviços, Edson Lupatini, os Presidentes da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Rubens Valentini, da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (ABIPECS), Pedro Camargo Neto, e o Presidente da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), João Carlos de Oliveira.
 
A assinatura do documento, realizada durante a abertura do Varejo Total 2006 (congresso e feira de negócios do varejo) e é fruto de mais de dois meses de entendimentos entre as partes. O texto considera inicialmente que a carne suína é uma atividade de extrema importância social e econômica, empregando mais de um milhão de pessoas em todas as suas áreas, desde a produção, transformação, até a comercialização final. O documento constata que apesar da carne suína brasileira ter atingido patamares de qualidade reconhecidos internacionalmente, apesar disto participa de forma modesta da cesta de proteínas de origem animal consumida pelos brasileiros.

Durante o evento, o Ministro Luiz Fernando Furlan destacou que o desenvolvimento do mercado interno é um caminho para a suinocultura superar as dificuldades que tem enfrentado. Para o Presidente da ABCS, depois da assinatura do protocolo, está aberta a temporada de divulgação das qualidades ainda desconhecidas da carne suína.

Os representantes do setor ressaltam que o Brasil, quarto exportador mundial de carne suína e tradicional consumidor de proteína animal, tem obrigação de superar seus atuais índices de consumo per capita do produto: apenas 12 kg por ano, dos quais 9 kg processados, contra os 76 kg registrados pelo primeiro país do ranking, a Áustria.

Já como conseqüência do acordo, um projeto piloto da ABRAS voltado para o aprimoramento da comercialização da carne suína será realizado em três lojas do grupo CBD Companhia Brasileira de Distribuição –  ainda no final deste mês. A operação, que vai abranger três diferentes níveis do mercado, vai expor o produto sob um novo formato numa loja do Pão de Açúcar, numa do Extra e noutra do Compre Bem – todas em São Paulo. Durante a campanha, a carne suína será apresentada numa grande diversidade de cortes e em formatos práticos e funcionais, visando facilitar o ingresso do produto no cotidiano dos consumidores. Além disso, parte da campanha estará voltada para o público que exige uma alimentação que respeite ao máximo os critérios da boa saúde.

BARES E RESTAURANTES: UM MERCADO INEXEPLORADO
Um outro protocolo assinado ontem reuniu o Ministério, a ABCS, a ABIPECS e a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (ABAD), com o objetivo de desenvolver produtos e mecanismos operacionais que organizem a comercialização da carne suína para bares e restaurantes.

Segundo a ABAD, no Brasil, atualmente, 27 por cento da alimentação são realizados fora das residências. Para se ter uma idéia do significado desse índice, em todo o mundo o setor de alimentação fora de casa mais desenvolvido é o dos Estados Unidos, atingindo 32 por cento do total. E, de uma maneira geral, o fato é que a carne suína somente está representada no segmento pelo seu uso já consagrado e mais tradicional, como feijoadas e sanduíches.

O potencial é simplesmente enorme, especialmente se considerarmos a existência de praticamente 300 mil restaurantes independentes  em funcionamento no Brasil, comentou o Presidente da ABAD, Geraldo Eduardo da Silva Caixeta. Somados aos bares, o universo em questão alcança o número de 738 mil pontos de venda.

O Projeto Piloto do Food Service, como é chamado, vai começar por Belo Horizonte, a partir da associação de um distribuidor especializado, o Grupo Villefot Atacadista, e de dois frigoríficos, Saudali e Cachoeirinha. O Villefort, em parceria com a ABCS, vai realizar uma pesquisa junto a 400 bares e restaurantes da grande Belo Horizonte, com a preocupação de identificar demandas específicas dos estabelecimentos. Com isto, as partes esperam ampliar a base de dados organizada pela ABCS para atender ao Food Service, acrescentando as sugestões de cortes oferecidas pelos clientes da ponta do processo. Com isto esperam diminuir os riscos e ampliar os ganhos de produtividade de todos os participantes dessa cadeia.