Redação (28/08/06)- O plantio da nova safra foi interrompido devido ao frio intenso verificado recentemente no Rio Grande do Sul, que provocou a formação de fortes geadas em diversas zonas produtoras, como Missões, Alto e Médio Uruguai e Noroeste Colonial. Nessas regiões, onde tradicionalmente o plantio começa em fins de julho, os trabalhos deverão prosseguir lentamente nos próximos dias tendo em vista a instabilidade prevista pela meteorologia. Além disso, a probabilidade de temperaturas um pouco mais baixas das que vinham ocorrendo, deverá retardar a germinação dessas lavouras.
Segundo a média das últimas cinco safras, nesta época, o Estado deveria estar com aproximadamente 12% das lavouras semeadas. As geadas ocorridas afetaram as lavouras recém emergidas, de maneira distinta. As localizadas nas zonas baixas foram as mais afetadas, com necessidade, em muitas delas, de replantio. As localizadas no topo de coxilhas e a meia encosta, o desenvolvimento foi interrompido, porém com possibilidade de recuperação, dependendo da evolução do clima nos próximos dias.
Quanto à intenção de plantio, por parte dos produtores, a situação continua indefinida. Os primeiros números analisados indicam uma pequena redução, em âmbito estadual, não maior que 2% em relação à safra passada, quando foram semeados 1,424 milhão de hectares, segundo o IBGE. Analisando-os por região, os percentuais diferem bastante entre si. Enquanto que a região administrativa de Passo Fundo, que compreende as regiões da Produção, Planalto e parte do Médio Alto Uruguai, indica uma redução próxima aos 10%, a região de Pelotas (Sul) indica aumento ao redor de 20%. Nesta, o aumento foi puxado pelo município de Canguçu, onde a variação prevista chega aos 42%.
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Vale lembrar que o município é o campeão em termos de área plantada há vários anos. Na safra passada, por problemas de estiagem, o município plantou pouco mais de 24 mil ha (historicamente planta cerca de 45 mil). A projeção para a safra de 2006/2007 é de 35 mil ha. Segundo informações dos técnicos locais, o município é altamente dependente do produto como fonte alimentar, na forma de grãos e silagem, para as criações de aves e gado leiteiro, atividades essas fortemente impulsionadas pelo grande número de pequenas propriedades dedicadas a essas atividades.
Canguçu também é o município com o maior número de pequenas propriedades no RS. Todavia, é prematuro considerar os números em âmbito estadual como definitivos (o mesmo vale para as regiões), tendo em vista o longo período no qual o produtor gaúcho tem a possibilidade de plantar dentro do zoneamento agroclimático, minimizando os riscos. O primeiro levantamento não se encontra concluído e, uma avaliação mais precisa, só será possível a partir do início de setembro. O comportamento do clima nos próximos 60 dias e a tendência dos preços futuros deverão exercer grande influência na decisão do produtor.
Na comercialização, a semana não apresentou fatos significativos, mantendo as quantidades e as cotações dentro dos mesmos patamares observados em períodos anteriores. A cotação média oferecida ao produtor pela saca de 60 kg ficou em R$ 12,99, representando uma variação de apenas mais 0,08%, em relação à semana passada. As informações são da assessoria de imprensa da Emater/RS.
