Redação (20/07/06) – A exceção são pintinhos de um dia e carne que podem passar por três corredores sanitários, com destino ao restante do país. Em direção a Santa Catarina, não entra nada.
A Diplomata, que desde 2003 arrendou a unidade frigorífica da Chapecó Alimentos em Xaxim, tem 1,1 milhão de aves alojadas no estado vizinho que não pode abater em Santa Catarina. Com isso houve uma redução no abate de 30 mil aves/dia, o que representa 12% da capacidade da indústria.
O diretor da Diplomata, Alfredo Kaefer, considera que falta de sensibilidade da Secretaria de Agricultura de Santa Catarina e da Companhia para o Desenvolvimento Agrícola do Estado (Cidasc). Kaefer justificou que seus integrados estão há mais de 300 quilômetros da região do foco e não têm onde abater os animais.
– Estamos quase doando a produção – lamentou.
A Diplomata informou que fez sorologia para comprovar que os animais estão livres da doença e até propôs um corredor sanitário com cargas lacradas para o abate em Xaxim, que fica a 50 quilômetros da divisa com o Rio Grande do Sul. A proposta não foi aceita. A empresa tentou até uma liminar judicial, em Florianópolis, para abater os frangos, mas o pedido foi indeferido.
Secretaria aguarda exames laboratoriais Alfredo Kaefer disse que quer uma solução da Secretaria da Agricultura, pois tem 2,5 mil funcionários no Estado e necessita cumprir os contratos. Das 4,5 milhões de aves abatidas por mês em Xaxim, 85% são para exportação.
A posição do Secretário de Agricultura de SC, Felipe Luz, é de não deixar entrar aves vivas enquanto não forem divulgados os resultados dos exames encaminhados para o Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro), em Campinas (SP). O secretário assinou ofício justificando a decisão, pelo risco que a doença representa para a economia. O ofício ressalta que desde 7 de abril, quando entrou em vigor o Plano Nacional de Sanidade Avícola, a empresa não deveria repovoar lotes fora do Estado, para se adequar ao projeto de regionalização da avicultura.