Redação (17/07/06) – Os sorrisos dos funcionários em nada lembram a preocupação que tiveram há três meses. Na época, o medo internacional da gripe das aves interferiu nas vendas de uma cooperativa de Cafelândia, no oeste do Paraná, e houve um acordo para que ninguém perdesse o emprego. Carga horária e salários foram reduzidos, mas a recuperação veio mais cedo do que o próprio presidente imaginava. Um dos motivos é a conquista de um novo e importante mercado.
Estamos nos preparando em todos os termos necessários, como a liberação do Ministério e o sistema de inspeção federal, para começarmos a fazer a exportação para o mercado chinês. A gente tem uma expectativa boa em termos de comercialização do frango, disse Walter Pitol, presidente da cooperativa.
A volta antecipada ao salário normal para os funcionários veio com um gostinho de aumento.
Já considerando esse retorno para o nosso orçamento familiar, que é uma coisa importante, comemorou Elias Diniz, analista de recursos humanos.
A gente já pode ter uma sobra extra no final do mês que dá para fazer alguns planos a mais, calculou Elaine Bertha, analista de recursos humanos.
Outra empresa também mostra sinais de recuperação. Foram quatro meses trabalhando com o quadro de funcionários reduzido, produzindo menos e vendendo menor quantidade de frango. O frigorífico conseguiu passar por essa época cheia de tropeços e agora começa a voltar ao normal.
Se serve de recompensa, a empresa está contratando mais funcionários que antes da crise. Cento e vinte foram demitidos em março e agora 300 já começaram a trabalhar.
Alguém me falou que aqui tinha emprego. No terceiro dia que eu estava aqui consegui entrar na firma, contou Alessandro de Oliveira, funcionário do frigorífico.
A saída da crise veio depois que os diretores descobriram a preferência dos japoneses por pedaços minúsculos de frango. E a empresa passou a investir nos cubinhos, pesados um a um.
A recuperação da indústria também é uma boa notícia para os avicultores. O produtor Sidnei Biaggiman tem todos os cuidados nos aviários, mas se sente mais tranqüilo.
A empresa pediu para tomar algumas atitudes como não deixar o aviário aberto, proibir a permanência ou chegada do pessoal de fora, disse Biaggiman.
De acordo com a Associação dos Criadores de Frango, no primeiro semestre deste ano o volume exportado pelo Brasil foi 8% que o registrado no mesmo período do ano passado.