Redação (04/07/06)- A retomada das vendas externas de soja do Rio Grande do Sul foi o fator responsável pelo crescimento das exportações do Estado no mês de maio. A avaliação é da Fundação de Economia e Estatística do Estado (FEE), que ontem divulgou levantamento sobre as exportações gaúchas no quinto mês do ano. Somente os embarques de soja somaram US$ 96,6 milhões no período, enquanto no mesmo mês do ano passado, praticamente não houve exportações do grão devido à prolongada estiagem.
O incremento é confirmado pelos números do porto do Rio Grande. Em maio deste ano foram carregados 774,8 mil toneladas de soja no terminal. No mesmo mês de 2005, apenas 24,6 mil toneladas do grão passaram pelo porto. Em maio de 2004, ano em que não houve quebra da safra, as exportações de soja pelo terminal de Rio Grande chegaram a marca de 469 mil toneladas.
Empurradas pelo desempenho da soja, as exportações do Rio Grande do Sul em maio somaram cerca de US$ 1 bilhão, contra US$ 857 milhões verificados no mesmo período do ano passado, o que representa um crescimento de 16%.
O operador de mercado da Corretora Mercado, Ernani Bauer, afirma que as vendas externas de soja do Rio Grande do Sul vêm sendo garantidas pelo aumento das compras chinesas e pelas operações de multinacionais no Estado, que compram o grão direto de cooperativas e produtores.
Para ele, há uma tendência de aumento nas vendas externas de soja no segundo semestre. A expectativa é atribuída à diminuição do medo da gripe aviária na Europa, que vem reaquecendo a indústria de carne de frango no mundo. Com isso, deve haver um aumento no consumo internacional de farelo de soja. Além disso, há previsão de um crescimento nas compras da China.
O presidente da comissão de grãos da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Jorge Rodrigues, diz que o crescimento das vendas externas de soja é conseqüência natural da recuperação da produção em relação à safra 2004/2005. No entanto, ele ressalta que, mesmo recuperadas, as vendas externas não vêm trazendo maior rentabilidade para os produtores. “Os preços internacionais até estão bons, mas a cotação do dólar é insuficiente para cobrir os custos de produção”, enfatiza.
Considerando as vendas externas por setor da economia, o agronegócio respondeu por 23,27% do total exportado em maio. “A taxa de câmbio ainda prejudica os exportadores, mas no caso do Rio Grande do Sul houve um salto nas vendas do segmento agrícola”, relata Maia Neto. O setor de agricultura, pecuária, silvicultura e exploração florestal que tinha exportado em torno de US$ 149 milhões em maio do ano passado, passou para cerca de US$ 235 milhões em maio de 2006.
Além da soja, outro produto que tem apresentado resultados positivos é o óleo diesel. A exportação do combustível que acumulou em torno de US$ 3,2 milhões em maio de 2005, passou para US$ 21 milhões no quinto mês deste ano. O destaque negativo das exportações ficou por conta do setor de máquinas e equipamentos que caiu de cerca de US$ 97 milhões, para em torno de US$ 67 milhões.