Redação SI (09/06/06)- O Ministério da Agricultura deve enviar entre os dias 23 e 29 de junho uma missão à Rússia e à Ucrânia para tentar rever o embargo parcial imposto por estes países à carne bovina brasileira. A missão será composta de técnicos do Ministério da Agricultura e do Comércio Exterior.
Segundo uma fonte do setor, os técnicos querem convencer as autoridades sanitárias da Rússia a retirar os embargos de São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais. “Eles vão argumentar que, mesmo depois de seis meses do surgimento da febre aftosa, estes estados não apresentaram problemas com a doença”, afirma. Hoje, a Rússia só aceita carnes do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.
Na Ucrânia, a missão vai negociar uma alternativa para facilitar o acesso do país aos certificados de exportação. Estes documentos dão detalhes sobre origem, armazenamento, destino e ausência de doenças na carne exportada. A Ucrânia também ameaçou barrar as importações de carnes de Argentina, Paraguai e Austrália pelo mesmo motivo. O governo brasileiro deve enviar missões também à África do Sul, à Romênia e à União Européia.
Chile
Ontem o governo do Chile sinalizou, em documento oficial, a possibilidade de retomar importações do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Desde o início da semana, uma missão do país está na Região Sul, vistoriando as condições sanitárias do rebanho. Apesar de considerar um avanço a sinalização positiva do governo chileno, o diretor executivo da Abiec (entidade que reúne os exportadores de carnes), Antônio Camardelli, está insatisfeito com a postura do país vizinho. ?O Chile tem sido muito rígido nesta questão. O país utilizava, até 2005, critérios mais brandos para o embargo, limitando-se ao estado atingido?. No próximo mês, o Brasil recebe uma missão de técnicos da União Européia, que vai avaliar a possibilidade de cancelar o embargo. ?Vamos tentar retirar pelo menos São Paulo da lista?, afirma o diretor da entidade. No mês de maio, as exportações de carne bovina bateram novo recorde. A receita totalizou US$ 281,5 milhões, alta de 18,8% sobre maio do ano passado. ?Conseguimos compensar perdas com o volume maior e com o aumento d o mix de produtos?, diz Camardelli.