Redação (13/04/06)- A indústria de ração aguarda atenta o desenrolar das negociações no setor de carnes neste início de ano. Com o cenário atual, as indústrias do setor prevêem crescimento de 3,5%, taxa inferior aos 8,6% de 2005 e aos 6,5% em 2004. Os dados são do Sindirações (Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal).
Segundo Mario Sergio Cutait, presidente do Sindirações, há duas razões para o crescimento da produção de rações, embora em ritmo menor: a expansão das exportações de carne bovina e a oferta abundante de insumos básicos para produção de rações, como milho e soja.
O avanço do setor de rações só não é maior porque dois dos principais setores consumidores crescerão menos: avicultura e suinocultura.
Em 2005, foram produzidos 26,8 milhões de toneladas de ração para a avicultura, com aumento de 9,4% sobre 2004.
Para este ano, o Sindirações prevê produção de 27,2 milhões de toneladas para aquele setor, apenas 1,7% acima de 2005.
O mesmo ocorre com a suinocultura. O setor de rações vai manter expansão na produção, mas em ritmo menor.
Em 2005, foram produzidos 12,4 milhões de toneladas de ração para suínos, 7,2% a mais do que em 2004. Já neste ano, o Sindirações prevê produzir 13,1 milhões de toneladas para o setor (mais 6%).
Avicultura e suinocultura são os maiores consumidores de rações, comprando 83% da produção de 47,2 milhões de toneladas.
A queda no setor de avicultura ocorre porque o Brasil pisou no freio na produção de frangos. O avanço da gripe aviária por vários continentes provocou redução no consumo mundial.
Já a queda no setor de suinocultura se deve às dificuldades enfrentadas pela cadeia produtiva para exportar, devido ao fechamento do mercado brasileiro pela Rússia.
Já o terceiro principal setor consumidor de rações, o de bovinos, vai continuar crescendo. A produção de rações para o setor deverá atingir 5,7 milhões de toneladas (mais 5,8% sobre o ano passado).