Redação (11/04/06)- Fortalecido pelo presidente Lula durante as negociações do pacote agrícola de R$ 9 bilhões, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, criticou nessa segunda-feira (10-04) a influência de fatores externos ao setor rural, como taxa de juros, câmbio e infra-estrutura, na atual crise de renda e liquidez do campo. “Não mando no câmbio, não mando nas ferrovias, não mando nos juros, mas a crise senta no meu colo”, reclamou, durante a abertura da Conferência Internacional de Rastreabilidade. Ele afirmou que o setor vive a pior crise em 40 anos e reivindicou mudanças na tributação.
No evento, Rodrigues reafirmou que novas medidas “estruturais” para o setor, como isenções fiscais, desonerações tributárias, alíquotas de importação, ampliação do seguro rural e dos recursos de crédito rural, serão anunciadas em até três semanas. “Faltam medidas estruturais. Outro pacote tratará desses temas”, afirmou.
Na abertura da reunião do Conselho Agropecuário do Sul (CAS) e da conferência, Rodrigues anunciou que os países do Mercosul negociam financiamento de US$ 100 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para a erradicação da febre aftosa em três anos. “Temos que ter políticas e interesses harmonizados”, defendeu. O combate à aftosa tem sido muito discutido na América do Sul, mas pouco tem avançado na burocracia do Estados. Os membros da CAS – Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Chile – também querem ações conjuntas para avançar na prevenção da influenza aviária no continente.
No segundo dia da conferência sobre rastreabilidade, hoje, o Ministério da Agricultura irá apresentar o novo Sisbov – Sistema Brasileiro de Certificação de Origem Bovina e Bubalina. Representantes da União Européia falarão sobre rastreabilidade na cadeia alimentar, legislação européia sobre saúde vegetal e exigências sanitárias relativas às importações de alimentos pelo bloco.