Redação AI (05/04/06)- Segundo levantamento preliminar da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef ), os embarques somaram aproximadamente 220 mil toneladas no mês passado. Em relação a fevereiro o aumento chega a 10,5%.
E, ainda que a queda na comparação anualizada persista, a variação foi menor que a de fevereiro, conforme Ricardo Gonçalves, presidente da entidade. No segundo mês do ano, quando foram vendidas ao exterior 199 mil toneladas, a retração em relação a fevereiro de 2005 foi de 7,8%.
Em março, a queda sobre o mesmo mês do ano passado foi de 5%. Apesar de louvar o alento, Gonçalves reclamou dos preços médios das exportações. Conforme ele, apesar do início da inversão da tendência de queda da demanda européia, o consumo no continente ainda está baixo em decorrência da disseminação da gripe das aves, o que mantém as cotações sob pressão.
Em março, conforme o levantamento preliminar, o preço médio das exportações alcançou US$ 1,07 por quilo, US$ 0,10 menos que em fevereiro. Ou seja, a receita dos embarques somou cerca de US$ 235,4 milhões, 3,6% menos que em fevereiro – quando a queda em relação a janeiro já havia sido de 13%.
“Para efeito de exportação, tínhamos em fevereiro entre 200 mil e 300 mil toneladas a mais do que deveríamos em navios, câmaras frias etc. O volume deve ter diminuído em março, mas os estoques continuam sendo um fator adverso”, afirmou Gonçalves. A provável queda desse volume, explicou, reflete os ajustes na oferta promovidos por produtores e indústrias, inclusive com férias coletivas.
“As férias coletivas são um sinal dessa redução de oferta, mas será preciso mais tempo para ajustar também os estoques [exportáveis]. Estamos vendendo com prejuízo”, lamentou o executivo em evento de promoção da AveSui 2006 – Feira da Indústria Latino-americana de Aves e Suínos (de 25 a 27 de abril, em Florianópolis).
Também participaram do encontro de ontem, em São Paulo, representantes da cadeia produtiva da carne suína, na qual os elevados estoques – estes decorrentes de barreiras impostas por países importadores depois do ressurgimento da febre aftosa em bovinos do país – estrangulam a atividade.
Em março, a queda das exportações sobre fevereiro foi estimada pela Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) em pelo menos 40%, sobretudo por conta das barreiras da Rússia, principal mercado para o produto brasileiro, à carne de alguns Estados .
Segundo Rubens Valentini, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), o consumo interno per capita baixo do produto também não ajuda em crise de superoferta.